Protocolos de avaliação de risco: ferramentas para avaliar e combater a violência contra as mulheres

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2178-4582.2018.e56966

Resumo

A violência de gênero, principalmente a cometida contra as mulheres é um fenômeno mundial e está historicamente ancorada em práticas sexistas amplamente disseminadas, sendo considerada como todo ato de violência baseada no gênero que tenha ou possa ter como resultado um dano e sofrimento para as mulheres. Neste texto é apresentado o modelo integral de fases de liberação e recuperação dessas mulheres de Neus Roca Cortés e colaboradoras. Trata-se de um modelo com perspectiva de gênero buscando a compreensão da dinâmica psicossocial da mulher durante o tempo que transcorre entre a vinculação com o companheiro que exercerá a violência, até a liberação dessa violência e a reconstrução da própria vida em liberdade. São tecidas considerações sobre a necessidade de criação de instrumentos para detectar a gravidade dos riscos que as mulheres podem sofrer, como prevenção e proteção das mesmas em seu processo de busca de ajuda.

Biografia do Autor

Marlene Neves Strey, Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS,

Professora aposentada da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, no Programa de Pós-Graduação em Psicologia.

Renata Teixeira Jardim, Themis - Gênero, Justiça e Direitos Humanos, Porto Alegre/RS

Possui graduação em Direito pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2004) e mestrado em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2009). Trabalhou em diferente organizações da sociedade civil, coordenando projetos de enfrentamento à violência contra as mulheres e promoção dos direitos das mulheres. Implantou e coordenou o Centro de Referência de Atendimento às mulheres em situação de violência contra mulheres de Canoas, sendo responsável pela consolidação do protocolo de fluxos de atendimento da rede de atendimento às mulheres da cidade, bem como participou do desenvolvimento do sistema integrado de dados da rede e do modelo de protocolo de avaliação e gestão de risco para mulheres em situação de violência. Atualmente é coordenadora de programas da Themis - Gênero, Justiça e Direitos Humanos. Integra o Comitê Latino Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos das Mulheres - Cladem Brasil e o Fórum do Aborto Legal do RS. Tem experiência na área de Políticas Públicas, Direitos Humanos e Gênero, atuando principalmente nos seguintes temas: gênero, violência contra as mulheres, políticas públicas, direitos sexuais e direitos reprodutivos.  

Referências

BANDINTER, Elizabeth. XY: La identidad masculina. Madrid: Alianza Editorial, 1993.

BONINO, Luís. La violencia masculina en la pareja. In: Cárcel de amor: relatos culturales sobre la violencia de género. Madrid: Museo de Arte Contemporaneo Reina Sofia, 2005.

BOURDIEU, Pierre. Raison pratiques. Sur la théorie de l'action. Paris: Éditions du Seuil, 1994.

BROWNMILLER, Susan. Contra nuestra voluntad: hombre, mujeres y violación. Madrid: Planeta, 1981.

BUTLER, Judith. Corpos que pesam: sobre os limites discursivos do sexo. In: LOURO, Guacira Lopes (Org.). O corpo educado. Balo Horizonte: Autêntica Editora, 2001.

CANTERA, Leonor. Violencia en la pareja: espejo del atropello, desconstrucción del amor. In: Cantera (Org.) La violencia a casa. Barcelona: Fundació Caixa Sabadell, 2005.

CARNEIRO, Alcides; OLIVEIRA, Soraya. Violencia intrafamiliar baseada em gênero com implicação de risco de vida: mulheres abrigadas na Casa Abrigo Maria Haydée/Rio Mulher/ Rio de Janeiro. XVI Encontro Nacional de Estudos Populacionais da ABEP. Caxambú, 2008.

CONNELL, Raewyn. Masculinities. California: University of Calinfornia Press.

DE MIGUEL, Ana. La violencia de género: la construcción de un marco feminista de interpretación. Cuadernos de Trabajo Social, 18, 2003.

DÍAZ AGUADO, María José. Programas de educación para la tolerancia y prevención de la violencia. In: S. Yubero (Org.). El desafío de la educació social. Universidad de Casilla- La Mancha, 1996.

FEDERACIÓN ESPAÑOLA DE MUNICIPIOS Y PROVINCIAS. Propuesta de intervención integral en el ámbito local contra la violencia sobre la mujer. Madrid: Federación Española de Municipios y provincias, 2012.

FERNÁNDES CUADRADO, Aharon; ROIG MERINO, Bárbara. Guia de recomendaciones para la detección de violencia machista en hombres. Barcelona: Circuito Barcelona contra la violencia hacia las mujeres/ Ajuntament de Barcelona, 2013.

GALTUN, Johan. Tras la violencia, 3 R: reconstrucción, reconciliacióon, resolución. Afrontamiento de los efectos visibles e invisibles de la guerra y la violencia. Bilbao: Bakeaz/Gernika Gogoratuz, 1998.

MILLET, Kate. Teoría de la política sexual. A Política sexual. Madrid: Cátedra, 1969/1970.

MIRANDA, Milma Pires de Melo; PAULA, Cristiane Silvestre. Violência conjugal física contra a mulher na vida: prevalência e impacto imediato na saúde, trabalho e família. Revista Panamericana Salud Pública, v. 27, n. 4, p. 300-308, 2010.

MONTERO GÓMEZ, A. Consideraciones sobre especialización profesional en psicología sobre violencia de género. Themis Revista Jurídica de Igualdad de Género, N. 2, p. 53-55, 2007.

MOREIRA, Virgínia; BORIS, Georges Janja Bloc; VENÂNCIO, Nadja. O estigma da violência sofrida por mulheres na relação com seus parceiros íntimos. Psicologia & Sociedade, v. 23, n. 2, p. 398-406, 2011.

ONU. Declaración sobre la eliminación de la violencia contra la mujer. Resolución de la Asamblea General de las Naciones Unidas 48/104, de 20 de diciembre, 1993.

ORGANIZACIÓN MUNDIAL DE LA SALUD (OMS). Informe mundial sobre la violencia y la salud. Washington DC, 2002.

PROTOCOLO COMÚN PARA LA ACTUACCIÓN SANITARIA ANTE LA VIOLENCIA DE GÉNERO. Informes, estudios e investigación. Madrid: Ministerio de Sanidad, Servicios Sociales e Igualdad, 2012.

ROCA CORTÉS, Neus. Intervención grupal y violencia sexista: marco conceptual. In: Roca Cortés, N. ; MASIP SERRA, J. (Orgs.) Intervención grupal en violencia sexista. Experiencia, investigación y evaluación. Barcelona: Herder, 2011.

ROCA CORTÉS, Neus. Violencia íntima o violencia machista de pareja? Su visibilidad desde una perspectiva de género y feminista. Notas de la experiencia en España. La Camera Blu, Journal of gender studies, 10, p. 243-274, 2013.

ROCA CORTÉS, Neus et al. Recuperación de las mujeres en situación de violencia machista de pareja. Barcelona: Ayuntamiento de Barcelona/ Universitat de Barcelona/ Fundación Salud y Comunidad, 2015.

ROCA CORTÉS, Neus; ESPÍN, Joana; ROSCH, Mercà; CANTERA, Leonor; STREY, Marlene Neves. Cambio de creencias e intervención en mujeres que sufren maltrato. Eliminar obstáculos para alcanzar la igualdad. Universitat Jaume I 1, p. 143-155, 2005.

RVD-BCN. Protocolo de valoración del riesgo de violencia contra la mujer por parte de su pareja o expareja. Barcelona: Circuito Barcelona Contra la Violencia Hacia las Mujeres, 2011.

SANMARTIN, José. La violencia y sus claves. Barcelona: Ariel, 2000.

STREY, Marlene Neves. Violência de gênero: uma questão complexa e interminável. In: STREY, M. N.; AZAMBUJA, M.P.R.; jaeger, f. P. (Orgs). Violência, Gênero e Políticas Públicas. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004.

TEUBAL, Ruth et al. Violencia familiar, trabajo social e instituciones. Buenos Aires: Paidós, 2001.

VIEIRA, Luiza Jane Eyre de Souza et al. Fatores de risco para violência contra a mulher no contexto doméstico e coletivo. Saúde e Sociedade, v. 17, n. 3, p. 113-125, 2008.

VILLAVICENCIO, Patricia Carrillo; SEBASTIÁN, Julia. Violencia doméstica: su impacto en la salud física y mental de las mujeres. Madrid: Instituto de la Mujer, 2001.

ZANCAN, Natália; WASSERMANN, Virgínia; LIMA, Gabriela Quadros. A violência doméstica a partir do discurso de mulheres agredidas. Pensando Famílias, v. 17, n. 1, p. 63-76.

Downloads

Publicado

2018-12-31

Edição

Seção

Dossiê