Inato versus adquirido: a persistência da dicotomia

Autores

  • Emma Otta Universidade de São Paulo
  • Fernando Leite Ribeiro Universidade de São Paulo
  • Vera Sílvia Raad Bussab Universidade de São Paulo

DOI:

https://doi.org/10.5007/%25x

Resumo

A história da dicotomia inato versus adquirido nas ciências do comportamento é longa e controversa, o que se deve particularmente às intensas reações contrárias ao lado inato da oposição. A herança de padrões comportamentais tem sido severamente subestimada tanto pelos behavioristas como por outras correntes como a piagetiana. A dicotomia persiste, apesar das tentativas para negá-la, simplesmente porque parece ser real e necessária. Não é adequado classificar "unidades" inteiras de comportamento como inatas ou adquiridas, mas o poder do efeito genético é inquestionável, mesmo quando o foco da discussão é o homem. Emoções e outros fenômenos afetivos são tão importantes quanto os comportamentos através dos quais se manifestam. São apresentadas evidências de que é impossível explicá-los exclusivamente através de processos de aprendizagem. Diferentes áreas de investigação — incluindo o estudo da cognição — têm mostrado a importância da genética para a compreensão de fenômenos psicológicos. Estudos de gêmeos monozigoticos e dizigóticos, criados juntos ou separados, demonstram inequivocamente os efeitos dos genes sobre comportamentos e características psicológicas de um modo geral.  Estudos de Psicopatologia são particularmente elucidativos da importância e complexidade dos efeitos genéticos. Depois de apresentar evidências dos efeitos do genes sobre comportamentos e processos psicológicos, são examinadas concepções equivocadas de determinação genética, envolvendo justificativa de status quo e situações de iniqüidade social, dominação das mulheres pelos homens e racismo.

Biografia do Autor

Emma Otta, Universidade de São Paulo

Possui Graduação em Psicologia pela Universidade de São Paulo, Mestrado em Psicologia (Psicologia Experimental) pela Universidade de São Paulo e Doutorado em Psicologia (Psicologia Experimental) pela Universidade de São Paulo. É professor titular da Universidade de São Paulo. Atualmente é diretora do Instituto de Psicologia da USP.

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Fernando Leite Ribeiro, Universidade de São Paulo

Possui Graduação bacharelado e licenciatura em Psicologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo e Doutorado em Psicologia Experimental pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo. É Professor do Departamento de Psicologia Experimental do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo.

Mais informações no Currículo Lattes.

Vera Sílvia Raad Bussab, Universidade de São Paulo

Possui Graduação em Psicologia pela Universidade de São Paulo, Graduação em Licenciatura pela Universidade de São Paulo, Mestrado em Psicologia (Psicologia Experimental) pela Universidade de São Paulo e Doutorado em Psicologia (Psicologia Experimental) pela Universidade de São Paulo. Atualmente é professor titular da Universidade de São Paulo.

Mais informações no Currículo Lattes.

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Publicado

2003-01-01

Edição

Seção

Artigos