De vizinhos a piqueteiros: movimentos de trabalhadores desempregados e grupos subalternos na Argentina recente
DOI:
https://doi.org/10.5007/2178-4582.2016v50n2p289Resumo
A partir da década de 1980, para as frações mais débeis dos grupos subalternos urbanos na Argentina, o bairro torna-se espaço vital – o único – de ação e organização política. Este artigo pretende analisar as significativas mudanças que o surgimento e o desenvolvimento dos Movimentos de Trabalhadores Desempregados (piqueteiros), a partir de meados dos anos 1990, operam na ação e no pensamento político desses setores populares, ainda que o bairro siga sendo a espinha dorsal da organização política desses grupos. Avaliamos que os MTD argentinos expressam, de forma significativa, várias facetas da reconfiguração da relação entre capital e trabalho no capitalismo contemporâneo (pós-1970) As reflexões apresentadas aqui derivam de nossa pesquisa de doutorado, cujas fontes foram documentos produzidos por MTD – jornais, periódicos, panfletos, comunicados – e entrevistas temáticas e de história de vida realizadas com trabalhadores desses movimentos.
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