Abundância e biologia reprodutiva de Petunia littoralis Smith & Downs nas dunas da Praia da Joaquina, Ilha de Santa Catarina, SC

Resumo

Petunia littoralis é endêmica do litoral de Santa Catarina. Este estudo avaliou sua abundância e biologia reprodutiva nas dunas da Praia da Joaquina. A espécie não ocorreu no setor de praia e distribuiu-se da duna frontal até as depressões úmidas, onde apresentou maior cobertura vegetal. A floração durou 10 meses, com pico na primavera. Os ramos reprodutivos têm, em média 33,94cm (DP=25,75) de comprimento e 5,87 (DP=3,87) flores produzidas. Raramente há mais de 1 flor aberta/ramo e estas duram de 1 a 2 dias. P. littoralis é autoincompatível e não forma frutos por autopolinização espontânea (n=26), manual na mesma flor (n=20) ou entre flores da mesma planta (n=5). A taxa de frutificação com polinização cruzada manual foi de 85% (n=20) e a do controle 87% (n=71). A razão S/O foi 71%. Dentre 8 espécies de visitantes, sugere-se que as fêmeas de Hexantheda missionica (Hymenoptera: Colletidae) sejam as polinizadoras efetivas. Esta abelha parece exclusiva de Petunia spp., e gêneros próximos, sugerindo um caráter oligolético. Ao repassar o polén para as escopas das patas traseiras e abdominais, ela contacta ventralmente o estigma. Os machos coletam néctar, repousam dentro da flor, patrulham a área, sendo observado um acasalamento dentro da flor.