Etnobotânica Xucuru: espécies místicas
Resumo
A tribo Xucuru, grupo indígena pernambucano, é um dos sete remanescentes do estado de Pernambuco, nordeste do Brasil. O toré é o principal ritual místico da tribo, cuja prática representa atualmente um resgate do "ser Xucuru". Ao dançarem o toré, os Xucuru frequentemente usam vestimentas, ornamntos, instrumentos musicais e bebida. A bebida que compõe o ritual, chamada jurema, tem como base a Mimosa tenuiflora (Wild.) Poir. Esta bebida é característica dos rituais de vários grupos indígenas nordestinos e permite, segundo os Xucuru, uma maior integração entre o índio (indivíduo) e os "encantados" (espíritos de antepassados), funcionando, ainda, como estimulante para os participantes do ritual. Quinze espécies (75% do total levantado) vegetais (nativas e introduzidas) são utilizadas pelos Xucuru em banhos mediúnicos (contato/limpeza contra os espíritos), uma como amuleto (castanha de caju, como proteção contra picada de cobra), três como defumador (folhas secas e queimadas, usadas, para afastar maus espíritos e aromatizar o ambiente) e duas na produção de cigarro (apesar de ser hábito comum entre os Xucuru, a planta utilizada em geral, tem origem no mercado e é chamada "fumo brabo"). As espécies místicas estão distribuídas nas seguintes famílias: Anacardiaceae (1 espécie), Arecaceae (1 espécie), Aspleniaceae (1 espécie), Bignoniaceae (1 espécie), Euphorbiaceae (2 espécies), Labiatae (6 espécies), Leguminosae (2 espécies), Meliaceae (1 espécie), Musaceae (1 espécie), Poaceae (1 espécie), Polypodiaceae (1 espécie), Rutaceae (1 espécie), Verbenaceae (1 espécie). Estas espécies utilizadas para fins místicos podem ser nativas ou introduzidas e mostram a diversidade de uso e importância cultural das plantas para estas tribos.Downloads
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Copyright (c) 2002 Valdeline Atanazio da Silva, Laise de Holanda Cavalcanti Andrade
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