Há territorialidade na pesca artesanal da Baía de Ubatumirim (Ubatuba, SP)? Questões intra, inter e extra-comunitárias

Autores

  • Célia Regina Tomiko Futemma Universidade Federal de São Carlos, Campus de Sorocaba Caixa Postal 3031, CEP 18043-970, Sorocaba – SP, Brasil
  • Cristiana Simão Seixas Fisheries and Food Institute, Campinas – SP, Brasil

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7925.2008v21n1p125

Resumo

A questão de escala é fundamental para se analisar as dimensões   temporal e institucional da territorialidade pesqueira. Para entender as ações e decisões locais e regionais da pesca, estudamos as comunidades pesqueiras da Baía de Ubatumirim, com ênfase particular na comunidade da Almada, todas localizadas no litoral norte do estado de São Paulo. Os dados foram coletados entre os anos de 2004 e 2005, períodos nos quais  pescadores artesanais, representantes de governo e organizações não governamentais foram entrevistados. Os resultados apontam a ausência de territorialidade local (dentro das comunidades), mas a existência de uma territorialidade implícita regional, entre as comunidades. Tanto a relação com as vizinhanças quanto à pesca realizada fora da comunidade contribuem na formação de uma percepção entre os pescadores da Almada de que o “mar é de todos”. Entretanto, essa visão pública do mar não significa que este deve ser de livre acesso, sem regras. Ao contrário, muitos pescadores acreditam que é importante ter alguma forma de controle e esta deve ser negociada com os órgãos governamentais e representantes da classe de pescadores numa estrutura institucional horizontal, ou seja, na qual todos os grupos de interesses tenham poder de voto e decisão eqüitativamente.

Biografia do Autor

Célia Regina Tomiko Futemma, Universidade Federal de São Carlos, Campus de Sorocaba Caixa Postal 3031, CEP 18043-970, Sorocaba – SP, Brasil

Bacharelado em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1990), Mestrado em Antropologia Cultural pela Tulane University (1995) e Doutorado em Ciências Ambientais pela Indiana University (2000) e Pós-Doutorado pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais (PROCAM) pela Universidade de São Paulo (2004) e Pós-Doutorado pela Indiana University (2003). Professora Adjunto da UFSCar, campus de Sorocaba (2006-2010). Atualmente, Pesquisadora da UNICAMP - NEPAM e Professora do Doutorado Ambiente e Sociedade (NEPAM/IFCH -UNICAMP). Trabalha principalmente com as seguintes temáticas: ecologia humana, análise institucional (recursos comuns e direitos de propriedade), antropologia rural e padrões de uso da terra e cobertura vegetal, manejo comunitário dos recursos naturais (florestais e pesqueiros), pequenos produtores rurais (caboclos, caiçaras, assentados e quilombolas). Atua nos biomas Amazônia, Mata Atlântica e Caatinga.Certificado pelo autor em 11/09/11

Cristiana Simão Seixas, Fisheries and Food Institute, Campinas – SP, Brasil

possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Estadual de Campinas (1993), mestrado em Ecologia pela Universidade Estadual de Campinas (1997), doutorado em Natural Resources and Environmental Management pela University of Manitoba (2002), Canadá, e pós-doutorado pela Universidade Estadual de Campinas. Atualmente é pesquisadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (NEPAM) da Universidade Estadual de Campinas e "Adjunct Professor" no Natural Resources Institute da University of Manitoba, Canadá. Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em Gestão Ambiental e de Recursos Naturais, atuando principalmente nos seguintes temas: manejo de recursos de uso comum, gestão compartilhada, ecologia humana, conhecimento ecológico local, resiliência de sistemas sócio-ecológicos, e pesca.Certificado pelo autor em 28/04/11

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Publicado

2008-01-01

Edição

Seção

Artigos