Composição de grupos, conflitos intergrupais e uso do espaço em Callithrix penicillata (Geoffroy, 1812) introduzidos em um fragmento urbano

Autores

  • Luciana Zago Laboratório de Biodiversidade, Conservação e Ecologia de Animais Silvestres, Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná
  • João Miranda Laboratório de Biodiversidade do Sul do Brasil, Universidade Estadual do Centro-Oeste, Guarapuava, PR.
  • Cristina Santos Pesquisadora visitante, Laboratório de Educação Cerebral, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis
  • Fernando Passos Laboratório de Biodiversidade, Conservação e Ecologia de Animais Silvestres, Universidade Federal do Paraná.
  • Paulo Simões-Lopes Departamento de Ecologia e Zoologia, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Santa Catarina.

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7925.2014v27n2p193

Resumo

http://dx.doi.org/10.5007/2175-7925.2014v27n2p193

O uso do espaço pelo gênero Callithrix pode ser relacionado a diferentes fatores. O objetivo deste trabalho foi avaliar as influências de diferentes fatores sobre o uso do espaço em C. penicillata introduzidos em um fragmento urbano. Foram monitorados dois grupos, denominados GL e GG, em duas fases de seis meses no Parque Ecológico do Córrego Grande, Florianópolis, SC. Ambos os grupos eram compostos por oito indivíduos ao início do estudo. Ao longo da Fase I ocorreram desaparecimentos de indivíduos em GL e nascimentos em GG, alterando as composições para cinco e 11 indivíduos, respectivamente. Na Fase II, GL deslocou-se para uma área pouco acessível impossibilitando a realização de observações suficientes. Em GG desapareceram três indivíduos e nasceram outros dois. Comportamentos agonísticos intergrupais foram registrados em todos os meses da Fase I, enquanto na Fase II houve uma abrupta redução. Ocorreram sobreposições das áreas de vida em toda Fase I. Entre a Fase I e II, GL afastou-se da sobreposição e GG ocupou espaços de GL. Tais mudanças parecem associadas ao aumento de indivíduos em GG e sua necessidade em acessar recursos alimentares. As dinâmicas no uso do espaço parecem resultantes de: limitações espaciais, conflitos intergrupais, composições dos grupos e disponibilidade de recursos alimentares.

Biografia do Autor

Luciana Zago, Laboratório de Biodiversidade, Conservação e Ecologia de Animais Silvestres, Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná

Atualmente é doutoranda no Programa de Prós-Graduação em Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná. Possui Mestrado em Zoologia pela Universidade Federal do Paraná (2012). É Bacharel em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Santa Catarina (2009). Tem experiência nas áreas de Ensino de Biologia e Pesquisa em Primatologia, Ecologia e Comportamento Animal e Mastozoologia.

João Miranda, Laboratório de Biodiversidade do Sul do Brasil, Universidade Estadual do Centro-Oeste, Guarapuava, PR.

O pesquisador possui Mestrado e Doutorado em Zoologia pela UFPR (2004 e 2009, respectivamente). Possui Especialização em Biologia da Conservação e Manejo da Vida Selvagem - PUC-PR (2003). É Bacharel e Licenciado em Biologia pela PUC-PR (2002). Atualmente é Professor Adjunto ao Depto. de Biologia da UNICENTRO. Professor Colaborador junto ao Programa de Pós-Graduação em Zoologia da UFPR. Professor Colaborador junto ao Programa de Pós-Graduação em Biologia Evolutiva da UNICENTRO. Sua linha de pesquisa inclui ecologia, comportamento, taxonomia, morfologia e conservação de mamíferos silvestres, com ênfase em Primates e Chiroptera. Conta com mais de 30 artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais. É revisor científico dos seguintes periódicos: Mammalia, Zoologia, Chiroptera Neotropical e Biotemas. Atualmente é pesquisador de três grupos de pesquisa do CNPq: (1) Biodiversidade de Mamíferos do Sul do Brasil - UNICENTRO; (2) Laboratório de Biodiversidade, Conservação e Ecologia de Animais Silvestres - UFPR e (3) Grupo de Pesquisa em Montanha - UFPR. É também pesquisador da Coleção Científica de Mastozoologia da UFPR - DZUP-CCMZ, de curadoria do Prof Dr. Fernando C. Passos.

Cristina Santos, Pesquisadora visitante, Laboratório de Educação Cerebral, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis

Possui graduação em Ciências Biológicas pela Universidade Maria Thereza (1986), especialização em Planejamento Ambiental pela Universidade Federal Fluminense (1987), mestrado em Psicologia (Psicologia Experimental) pela Universidade de São Paulo (1994) e doutorado em Psicologia (Psicologia Experimental) pela Universidade de São Paulo (1998). Durante o mestrado e doutorado realizou pesquisas na área do comportamento reprodutivo de primatas calitriquídeos da Mata Atlântica. Foi bolsista recém-doutora do Departamento de Ecologia e Zoologia - Universidade Federal de Santa Catarina (1999-2001), onde coordenou e desenvolveu pesquisa de campo sobre comportamento e ecologia alimentar de Callithrix penicillata introduzidos na Ilha de Santa Catarina. Em 2009 atuou como colaboradora no Instituto Carijós em atividades de Educação Ambiental para crianças e educadores. Desde 2006 escreve livros de divulgação científica para crianças, tendo dois títulos selecionados pelo MEC para o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). Desde 2009 atua como pesquisadora colaboradora no Laboratório de Educação Cerebral - LEC/UFSC onde realiza pesquisa de conteúdo na área da Educação Ambiental e desenvolvimento de tecnologias educacionais para o público infantojuvenil. Dentre as tecnologias educionais destaca-se o game Mata Atlântica: o Bioma onde eu moro , lançado em 2012, inovador por introduzir a tecnologia multimouse no Brasil e o livro eletrônico interativo "Conhecendo a natureza eu previno os desastres" (2013) que atende ao Programa Nacional de Redução de Riscos de Desastres Naturais (CEPED/UFSC).

Fernando Passos, Laboratório de Biodiversidade, Conservação e Ecologia de Animais Silvestres, Universidade Federal do Paraná.

Bolsista de Produtividade do CNPq na área de Zoologia, com 101 publicações, dos quais 79 artigos científicos em periódicos, três livros e 19 capítulos de livros (Fevereiro/2014). É Biólogo pela Universidade Federal de São Carlos (1987), tem mestrado em Ecologia pela UNICAMP (1992) e doutorado em Ecologia e Recursos Naturais pela UFSCAR (1997). Foi presidente da Sociedade Brasileira de Primatologia, gestão 2009-2011, e participou da diretoria da Sociedade Brasileira de Zoologia, como Primeiro Secretário, Segundo Secretário e Segundo Tesoureiro nas gestões de 2000-2002, 2002-2004, 2004-2006, 2006-2008, 2008-2010 e 2010-2012. É líder dos grupos de pesquisa/CNPq, Biodiversidade, Conservação e Ecologia de Animais Silvestres e Grupo de Pesquisa em Montanha, ambos da UFPR. Atualmente é professor associado da Universidade Federal do Paraná, credenciado nos seguintes Programas de Pós-Graduação: PG Zoologia e PG Ecologia e Conservação da Universidade Federal Paraná. Editor de Área de Conservação da Revista Brasileira de Zoologia (de 2000 a 2008) e Zoologia - An International Journal for Zoology (Brasil) (a partir de 2009). Revisor dos periódicos: PLOS-ONE, Journal of Zoology (UK), Primates (Japão), Mammalia (França), Revista U.D.C.A Actualidad & Divulgación Científica (Colombia), Mastozoologia Neotropical (Argentina), Revista Brasileira de Zoologia, Zoologia - An Internationl Journal for Zoology, Iheringia, Bioikos, Revista Brasileira de Zoociências, Chiroptera Neotropical, Biota Neotropica, Acta Amazonica e Genetics and Molecular Biology. Tem experiência na área de Zoologia e Ecologia, com ênfase em Conservação de Espécies Animais e Biodiversidade, Comportamento Animal, Zoologia Aplicada, Inventários e Monitoramentos de Fauna, atuando principalmente nos seguintes temas: Mastozoologia, Primatologia, Mammalia, primatas, morcegos, carnívoros, biologia, ecologia e conservação. Foi orientador de diversas dissertações e teses, além de monografias de especialização, monografias de conclusão de graduação e bolsistas de Iniciação Científica. Projetos coordenados em parcerias com empresas foram realizados com a Petrobras, nos anos de 2001-2004 e de 2010-2013, e com a Renault do Brasil, nos anos de 2005-2006 e 2007-2008. Coordena atualmente um projeto PELD de Mata Atlântica.

Paulo Simões-Lopes, Departamento de Ecologia e Zoologia, Centro de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Santa Catarina.

Graduação: Licenciado em Ciências Biológicas - Habilitação em Biologia - pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1984) e doutorado em Zoologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1995). Atualmente é professor Associado IV do Departamento de Ecologia e Zoologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Curador da Coleção de Mamíferos e Orientador em Pós-graduação nos Programas de Ecologia (UFSC) e Zoologia da Universidade Federal do Paraná (UFPR). É Pesquisador do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnologico (CNPq), Lider do Grupo de Pesquisa Laboratório de Mamíferos Aquáticos (LAMAQ) e membro do Grupo "Rede de Estudos em Bioacústica". Tem experiência na área de Zoologia de Mamíferos Marinhos, com ênfase em Morfologia e Biomecânica do Esqueleto, Anatomia Comprada, Ecologia Populacional, Comportamento e Sistemática dos Cetáceos e Pinípedes.

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Publicado

2014-03-06

Edição

Seção

Artigos