Ecofisiologia de duas espécies tropicais em uma plantação abandonada de eucalipto: efeito da remoção da serapilheira e sazonalidade

Autores

  • Frederico Lage-Pinto Universidade Federal da Paraíba
  • Elaine Bernini Universidade Federal da Paraíba
  • Jurandi Gonçalves de Oliveira Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro
  • Marcelo Trindade Nascimento Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro
  • Angela Pierre Vitória Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7925.2015v28n2p27

Resumo

O efeito da remoção da serapilheira sobre as variáveis do processo fotossintético (trocas gasosas, fluorescência da clorofila a, e conteúdo de pigmentos fotossintéticos) das espécies tropicais Xylopia sericea A. St.-Hil. e Siparuna guianensis Aubl. foi avaliado em um plantio abandonado de eucalipto (Corymbia citriodora (Hook.) K.D.Hill & L.A.S.Johnson (Myrtaceae)) durante os períodos chuvoso e seco, após 5 anos de remoção da serapilheira, na Reserva Biológica União, Rio de Janeiro, Brasil. A remoção da serapilheira não influenciou as respostas ecofisiológicas das espécies. Entretanto, significativa variação sazonal foi verificada. Durante o período seco, a concentração intercelular de CO2 (Ci ), a transpiração (E), e a condutância estomática (gs ) apresentaram redução nos valores, enquanto a eficiência intrínseca no uso da água (EIUA), a dissipação não-fotoquímica (NPQ) e os carotenoides aumentaram, resultado que sugere uma estratégia protetora contra estresse. No entanto, os valores de Fv /Fm (rendimento quântico máximo) e Fm /Fo (taxa de rendimento da fluorescência pelos estados aberto e fechado) indicam que, mesmo durante o período seco, não houve redução fotoquímica nas espécies. Apenas S. guianensis apresentou redução nos valores da taxa de fotossíntese líquida (A) durante o período seco. Os dados sugerem que X. sericea é fotossinteticamente mais eficiente sob condições de baixa disponibilidade de água e que a remoção da serapilheira por um período de 5 anos não promove diferenças nos processos ecofisiológicos das espécies analisadas.

Biografia do Autor

Frederico Lage-Pinto, Universidade Federal da Paraíba

Mestre e Doutor em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Estadual do Norte Fluminense - UENF (2008 e 2012). Bacharel e Licenciado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP (2003). Tem experiência na área de Ecologia, com ênfase em Ecologia de Organismos, atuando principalmente nos seguintes temas: Ecofisiologia Vegetal (Fluorescência da Clorofila a, Trocas Gasosas, Potencial Hídrico), Fisiologia do Estresse, Morfologia Vegetal (Microscopia Óptica, MET, MEV), Biogeoquímica (Metais Pesados) e Restauração Ecológica de áreas degradas.

Elaine Bernini, Universidade Federal da Paraíba

Licenciada em Ciências Biológicas pela Universidade Federal do Espírito Santo - UFES (2000), Mestre em Biociências e Biotecnologia (2003) e Doutora em Ecologia e Recursos Naturais (2008) pela Universidade Estadual do Norte Fluminense - UENF. Fez Pós-Doutorado vinculado ao Programa de Ecologia e Recursos Naturais na UENF. Atualmente é Professora Adjunta da Universidade Federal da Paraíba (Departamento de Engenharia e Meio Ambiente- Campus IV). Tem experiência na área de Ecologia de Manguezais com ênfase em estrutura da vegetação, produtividade primária e ecofisiologia vegetal.

Jurandi Gonçalves de Oliveira, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

Graduação em Agronomia (1992) e mestrado em Fisiologia Vegetal (1995) pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e doutorado em Biologia Vegetal (2000) pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Atualmente é Professor Associado da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Tem experiência na área de Agronomia, com ênfase em Bioquímica e Fisiologia Vegetal, atuando principalmente nos seguintes temas: fisiologia pós-colheita, fisiologia do estresse e ecofisiologia, com enfase nos estudos de qualidade. Publicou cerca de 55 artigos em periódicos especializados e mais de 300 trabalhos em anais de eventos nacionais e internacionais.

Marcelo Trindade Nascimento, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

Graduação em Ciências Biológicas, Bacharelado e Licenciatura, pela Universidade Santa Úrsula em 1983, especialização em Biologia de Ambientes Inundáveis pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) em 1986, mestrado em Ecologia pela Universidade de Brasília (UnB) em 1989, doutorado em Ecologia, PhD, pela University of Stirling, Escócia em 1994 e Pós-doutorado no Royal Botanic Garden Edinburgh em 2013. Atualmente é professor associado e curador do Herbário do Centro de Biociências e Biotecnologia (CBB) da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF). Tem experiência nas áreas de Ecologia Vegetal e Botânica, com ênfase em Ecologia de Ecossistemas, atuando principalmente nos seguintes temas: ecologia de comunidades de planta, fitossociologia, monodominância, fragmentação florestal, efeito de borda e ecologia das interações inseto-planta (herbivoria).

Angela Pierre Vitória, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro

Angela Pierre Vitória

Bacharelado em Ciências Biológicas pela UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas - 1992), mestrado e doutorado em Biologia Vegetal pela UNICAMP (1994 e 1998, respectivamente), pós-doutorados (UENF - biologia molecular, 2003 e USP - fisiologia do estresse, 1999). Atualmente é profa. Associada na Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF). Possui projetos aprovados nas áreas de biologia molecular, ecofisiologia e bioquímica vegetal. Atividades de pesquisas com ênfase em fisiologia do estresse: estresse ambiental, metais pesados, bioquímica e ecofisiologia.

Publicado

2015-03-23

Edição

Seção

Artigos