A elaboração de novos sentidos em cena: Relato de experiência acerca de encontro entre bailarina e usuário-morador
DOI:
https://doi.org/10.5007/cbsm.v6i13.68925Palavras-chave:
Dança, Saúde Mental, Densidade Simbólica Diferenciada, Contato-Improvisação.Resumo
De março a maio de 2013, acompanhia italiana de teatro Accademia della Follia realizou residência artística nas dependências do Hospital Psiquiátrico São Pedro (HPSP), em Porto Alegre.Formadapor ex-moradores de instituições psiquiátricas de Triest, a companhia tinha por objetivo realizar durante este período oficinas de teatro e a montagem de um espetáculo, do qual participassem moradores e ex-moradores da instituição porto-alegrense em questão. Comobailarina e residente do Programada da Residência Integrada em Saúde (RIS) da Escola de Saúde Pública (ESP), inseri-me no processo junto a Accademia della Follia, facilitando a participação dos usuários-moradores nas oficinas e ensaios do espetáculo Azul Como A Liberdade. Neste processo, ocorreu o meu encontro com Cunha, morador institucionalizado no HPSP há mais de 20 anos, que construiu no vínculo comigo a condição sine qua para participar das oficinas. Frente ao vínculo corporal quase obsessivo que tinha em relação a mim, a forma de manejo possível foi transformar os nossos encontros em movimentos de dança, utilizando de princípios do Contato-Improvisação, técnica de dança que pode ser praticada por qualquer pessoa disposta ao toque, pois a emergência do movimento dançado depende de um toque recíproco entre duas pessoas, podendo se desenvolver pelo espaço em inúmeras possibilidades. Os desdobramentos de sentidos que estes encontros produziram e como estes se resolveram na apresentação do espetáculo é o que se pretende relatar neste trabalho, identificando na cena e na dança um articulador para isso. Analisa-se a experiência a partir do conceito de densidade simbólica diferenciada, de Andréa Guerra (2000).
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