Arte, cultura e loucura como formas de (não) reconhecimento social e resistência política
Contenido principal del artículo
Resumen
O objetivo deste estudo foi refletir os lugares da arte, cultura e da loucura na produção de reconhecimento social e resistência política tensionando os agenciamentos e forças transversalizadas no contexto da Luta Antimanicomial. Trata-se de um recorte de pesquisa autoetnográfica realizada em serviços públicos de saúde mental na cidade do Rio de Janeiro, Brasil. Utilizando da Análise de Conteúdo do material produzido em entrevistas semiestruturadas realizada com os artistas destes serviços, notou-se o potencial da arte na produção de ressignificação de trajetórias de vida e de resistência política, todavia, o autorreconhecimento encontra limites impostos pela instituição artística e pelo contexto sociopolítico.
Detalles del artículo

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
El artículo que se aprobó para su publicación, los autores deben firmar el término de transferencia de los derechos de autor del manuscrito a la revista a través del cual un autor transfiera los derechos de autor del artículo a los Cuadernos de revista Mental Health brasileños, quedando prohibida cualquier reproducción, total o parte, en cualquier medio de publicación, impresa o electrónica, sin la autorización previa y necesaria solicitada y, si obtenida, incluirá mi registro y gracias al Diario - CBSM.
Citas
AMARANTE, Paulo; TORRE, Eduardo H. G. “Loucura e diversidade cultural: inovação e ruptura nas experiências de arte e cultura da reforma psiquiátrica e do campo da saúde mental no Brasil”. In: Interface – Comunicação, Saúde, Educação, [S.L.], v. 21, n. 63, p. 763-774, dez. 2017. FapUNIFESP (SciELO). Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/1807-57622016.0881>. Acesso em: 14 mar. 2021.
AMORIM, Ana Karenina de M. A. A.; SEVERO, Ana Kalliny de S. S. “Saúde mental, cultura e arte: discutindo a reinserção social de usuários da rede de atenção psicossocial”. In: Gerais, Rev. Interinst. Psicol., Belo Horizonte, v. 12, n. 2, p. 282-299, dez. 2019. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.36298/gerais2019120207>. Acesso em: 29/03/2021.
ARTAUD, Antonin. Pra dar um fim no juízo de Deus. Podcast Teatro Oficina. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=NDRRKJQw4w4>. Acesso em: 18 abr. 2021.
BOURDIEU, Pierre. Os usos sociais da Ciência: por uma sociologia clínica no campo científico. São Paulo: Editora Unesp, 2004.
CANGUILHEM, Georges. O Normal e o Patológico. 4ª ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária. 1995.
DELGADO, Pedro. Reforma psiquiátrica: estratégias para resistir ao desmonte. Trab. educ. saúde, Rio de Janeiro, v. 17, n. 2, e0020241, 2019. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1981-7746-sol00212>. Acesso em: 19 abr. 2021.
DESVIAT, Manuel (Org.). Coabitar a diferença: da reforma psiquiátrica à saúde mental coletiva. Coordenação de Paulo Amarante. Tradução: Marta Donila Claudino. 1ª ed. São Paulo: Zagodoni, 2018. 248p.
FANON, Frantz. “O negro e a linguagem”. In: Pele negra, máscaras brancas. São Paulo: UBU, 2020, pp. 31-54.
FOUCAULT, Michel. O Enigma da Revolta. São Paulo: Ed. N-1, 2018.
______. História da Loucura. São Paulo: Perspectiva, 2017, p. 530.
GONÇALVES, Vera F.; YAMAGUTI, Claudiney A.; KALCKMANN, Suzana. “Arte-cultura como possibilidade terapêutica na qualidade de vida dos usuários dos serviços de saúde mental: avaliação das experiências do município de Carapicuíba – SP”. In: BIS. Boletim do Instituto de Saúde, v. 20, n. 1, p. 117-123, 31 jul. 2019.
KRENAK, Aylton. Ideias para adiar o fim do mundo. 1ª ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2019.
LOBOSQUE, Ana M. Experiências da loucura. Rio de Janeiro: Garamond, 2001. 176p.
MBEMBE, Achille. Necropolítica. Biopoder, soberania, estado de exceção, política da morte. Trad.: Renata Santini. São Paulo: N-1, 2018. 80p.
MINAYO, Maria. C. de S. “Técnicas de análise de material qualitativo: análise de conteúdo”. In: MINAYO, M. C. S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 14ª ed. São Paulo: Hucitec, 2014, pp. 303-360.
MIRANDA, André. “Obras de artistas da Colônia Juliano Moreira têm destino incerto”. In: O Globo, 09 de setembro de 2012. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/cultura/obras-de-artistas-da-colonia-juliano-moreira-tem-destino-incerto-6035667>. Acesso em: 18 abr. 2021.
ØRJASÆTER, Kristin Berre; STICKLEY, Theodore; HEDLUND, Marianne; NESS, Ottar. Transforming identity through participation in music and theatre: exploring narratives of people with mental health problems. International Journal Of Qualitative Studies On Health And Well-Being, [S.L.], v. 12, n. 1, p. 1379339, jan. 2017. Informa UK Limited. http://dx.doi.org/10.1080/17482631.2017.1379339.
PORTUGAL, Clarice M.; MEZZA, Martin; NUNES, Monica. “A clínica entre parênteses: reflexões sobre o papel da arte e da militância na vida de usuários de saúde mental*”. In: Physis: Revista de Saúde Coletiva, [S.L.], v. 28, n. 2, pp. 1-19, 13/08/2018. Disponível em: <http://dx.doi.org/10.1590/s0103-73312018280211>. Acesso em: 19 mar. 2021.
RIBEIRO, Sérgio L. “A Criação do Centro de Atenção Psicossocial Espaço Vivo”. In: Psicologia, ciência e profissão, n. 24, v. 3, pp. 92-99, 2004. Disponível em: <https://www.scielo.br/pdf/pcp/v24n3/v24n3a12.pdf>. Acesso em: 29 mar. 2021.
RIVERA, Karina. “Minha loucura é ser artista” (entrevista com Arlindo Oliveira da Silva). In: CIEDS. 07/10/2019. Disponível em: <https://www.cieds.org.br/noticias/detalhe/minha-loucura-e-ser-artista>. Acesso em: 19 abr. 2021.
SZASZ, Tomas. O Mito da Doença Mental: Fundamentos de uma teoria da conduta pessoal. São Paulo: Círculo do Livro, 1988.
SILVA, Guilherme B.; FERRETE, Yuri A.; HOLANDA, Adriano F. “A consolidação do modelo asilar: a legislação brasileira de 1930 a 1966”. In: Pluralidades em Saúde Mental, v. 8, n. 2, 2019, pp. 129-142. Disponível em: <https://revistapsicofae.fae.edu/psico/article/view/252>. Acesso em: 29 mar. 2021.
SILVA, Mario A. M. A descoberta do insólito: literatura negra e literatura periférica no Brasil (1960-2000). Tese de Doutorado. Departamento de Sociologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). São Paulo: UNICAMP, 2011. 448p.
YASUI, Silvio. Rupturas e encontros: desafios da reforma psiquiátrica brasileira. 2006. 208f. Tese de Doutorado. Curso de Doutorado em Saúde Pública, Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, 2006.
ZACHARIAS, Anna C. V. Stella do Patrocínio: da internação involuntária à poesia brasileira. Dissertação de Mestrado. Instituto de Estudos da Linguagem. Campinas: UNICAMP, 2020.