As instituições de microcrédito no Brasil: uma perspectiva sobre o fluxo de fundos no setor

Autores

  • Paulo Augusto Ramalho de Souza Professor da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)
  • Maria do Carmo Romeiro Professora do Programa de Doutorado em Administração da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS)

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8069.2017v14n33p88

Resumo

As instituições operadoras de microcrédito necessitam ampliar as discussões sobre a configuração do fluxo de fundos no Brasil. Com foco neste fenômeno, esta pesquisa objetivou ampliar as discussões sobre a configuração do fluxo de fundos bem como as instituições ligadas direta ou indiretamente ao ambiente de microfinanças brasileiro. Para tal, foram realizadas entrevistas com 09 atores ligados ao setor (instituições operadoras de microcrédito, associações do setor, fórum latino de microcrédito e bancos de desenvolvimento). Registre-se que o processo de análise dos dados foi realizado com base na técnica de análise de conteúdo, em virtude de sua relação com as características metodológicas da pesquisa. Os resultados destacam a dependência de fundos oriundos de organizações públicas, bancos privados e a existência de uma estrutura que influência na governança das instituições, à qual pode intervir estrategicamente na tomada de decisão e no desempenho organizacional. 

Biografia do Autor

Paulo Augusto Ramalho de Souza, Professor da Faculdade de Administração e Ciências Contábeis da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT)

Doutor em Administração na Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS)

Maria do Carmo Romeiro, Professora do Programa de Doutorado em Administração da Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS)

Doutora em Administração na Universidade de São Paulo (USP)

Referências

ADITTO, S.; GAN, C.; NARTEA, G. Economic risk analysis of alternative farming systems for smallholder farmers in central and north-east Thailand. International Journal of Social Economics, v. 41, n. 4, p. 294-320, 2014. DOI: https://doi.org/10.1108/IJSE-11-2012-0223

AL-MAMUN, A.; WAHAB, S. A.; MAZUMDER, M. N. H.; SU, Z. Empirical investigation on the impact of microcredit on women empowerment in urban Peninsular Malaysia. The Journal of Developing Areas, v. 48, n. 2, p. 287-306, 2014. DOI: http://doi.org/10.1353/jda.2014.0030

ARMENDARIZ, B.; MORDUCH, J. The Economics of Microfinance , 2 ª ed. Londres-UK: MIT, 2010.

AUGUSTO DE SOUZA, P. R.; CARMOROMEIRO, M.; BRESCIANI, L. P. Características del ofrecimiento de microcrédito en el programa brasileño de microcrédito en São Paulo. Revista Científica Pensamiento y Gestión, n. 38, p. 77–94, 2015. Doi: http://doi.org/10.14482/pege.38.7701

BANCO CENTRAL DO BRASIL – BACEN. Disponível em:< http://www.bacen.gov.br/>. Acesso: 16 mar. 2015.

BANCOSOL. Banco Sol – Produtos e Serviços Disponível em <https://www.bancosol.com.bo/secciones/productos-y-servicios>. Acesso em: 08 mar. 2015.

BARONE, F.; LIMA, P; DANTAS, V.; REZENDE, V. Introdução ao Microcrédito. Brasília: Conselho da Comunidade Solidária, 2002.

BESLEY, T. Property rights and investment incentives: theory and evidence from ghana. Journal of Political Economy, v. 103, n. 5, p. 903-37, 1995.

BRASIL. Lei nº 10.735 de 11 de setembro 2003. Dispõe sobre o direcionamento de depósitos à vista captados pelas instituições financeiras para operações de crédito destinadas à população de baixa renda e a microempreendedores, autoriza o Poder Executivo a instituir o PIPS, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília-DF, 2003.

BRASIL. Lei nº 11.110 de 25 de abril de 2005. Institui o Programa Nacional de Microcrédito Produtivo Orientado - PNMPO e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília-DF, 2005.

CULL, R.; MORDUCH, J. Financial performance and outreach: a global analysis of leading microbanks. The Economic Journal, v. 117, n. 517, p. F107-F133, 2007. DOI: http://doi.org/10.1111/j.1468-0297.2007.02017.x

DE SOUZA, P. A. R.; DA SILVA, V. G.; DA COSTA, S. R. Performance of microcredit banks: the offering process in the credit agents perspective. Acta Scientiarum. Human and Social Sciences, v. 39, n. 1, p. 1-9, 2017.

GIANCOLI, B. P. O super endividamento do consumidor como hipótese de revisão dos contratos de crédito. Porto Alegre: Verbo Jurídico, 2008.

GONÇALVES, E. B.; GOUVÊA, M. A.; MANTOVANI, D. M. N. Análise de risco de crédito com o uso de regressão logística. Revista Contemporânea de Contabilidade, v. 10, n. 20, p. 139-160, 2013. DOI: http://dx.doi.org/10.5007/2175-8069.2013v10n20p139

HOQUE, M.; CHISHTY, M.; HALLOWAY, R. Commercialization and changes in capital structure in microfinance institutions. Managerial Finance, v. 37, n. 5, p. 414-25, 2011. DOI: https://doi.org/10.1108/03074351111126906

HUSAIN, J.; JIWANI, J. Microfinance: Effects of Contingent Incentive Programs on the Performance & Productivity of Loan Officers. Journal of American Business Review, v. 1, n. 1, p. 141-47, 2012.

LATIFE, H. I. The Future of Microfinance: visioning the who, what, when, where, why, and how of microfinance expansion over the next 10 years. In: Microcredit Summit Campaign Commissioned Papers. Grameen Trust Bangladesh. Global Microcredit Summit 2006.

LOPES, A. L. V. Risco de crédito num contexto de crise. 2013, 100p. Dissertação (Mestrado em Contabilidade e Finanças). Instituto Superior de Contabilidade e Administração. Instituto Politécnico do Porto, Portugal, 2013.

MIRELES, R. D. V.; MEJÍA, L. Y.; RODRÍGUEZ, V. B. Implicaciones económico-sociales del microfinanciamiento para los micro y pequeños negocios del sector terciario del estado de coahuila (social economic implications of microfinance for micro and small commercial business of the state of coahuila). Revista Internacional Administración & Finanzas, v. 7, n. 3, p. 113-123, 2014.

MIX. Microfinance Information eXchange Disponível em <http://www.mixmarket.org/mfi/>. Acesso em: 08 nov. 2015.

MORDUCH, J. The microfinance promise. Journal of Economic Literature, v. 37, n. 4, p. 1569–1614, 2000.

PEREIRA, S. E.; FIGUEIREDO, A. S.; LOUREIRO, P. R. Avaliação do impacto da utilização de crédito, da educação e da escolha do canal de comercialização na horticultura: caso do núcleo rural do Distrito Federal. Revista de Economia e Sociologia Rural, v. 44, n. 4, p. 773-99, 2006. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S0103-20032006000400008

PEREIRA, S.; MOURAO, P. Why does the microcredit borrowing rate differ across countries? A cross-country study. International Journal of Social Economics, v. 39, n. 8, p. 536-50, 2012. DOI: https://doi.org/10.1108/03068291211238428

POLLINGER, J. J.; OUTHWAITE, J.; CORDERO‐GUZMÁN, H. The Question of Sustainability for Microfinance Institutions. Journal of Small Business Management, v. 45, n. 1, p. 23-41, 2007. DOI: http://doi.org/10.1111/j.1540-627X.2007.00196.x

RUSCHEINSKY, A.; MENDIZÁBAL, D. M. Política social, paradigma de bem-estar e prática política: análise comparativa de programas de transferências condicionadas. Revista Katálysis, v. 17, n. 1, p. 31-40, 2014. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/S1414-49802014000100004

SANFELIU, C. B.; ROYO, R. C.; CLEMENTE, I. M. Measuring performance of social and non-profit Microfinance Institutions (MFIs): An application of multicriterion methodology. Mathematical and Computer Modelling, v. 57, n. 7, p. 1671-78, 2013. DOI: https://doi.org/10.1016/j.mcm.2011.11.010

SCHRICKEL, W. K. Análise de crédito: concessão e gerência de empréstimos. São Paulo: Atlas, 1995.

SCHUMPETER, J. A. Teoria do desenvolvimento econômico: Uma investigação sobre lucros. São Paulo: Nova Cultural, 1997.

SOUZA, P. A. R. O desempenho das instituições de microfinanças no Brasil: identificação de fatores de influência. 2015, 235p. Tese (Doutorado em Administração). Programa de Pós-Graduação em Administração. Universidade Municipal de São Caetano do Sul. São Paulo, 2015.

STIGLITZ, J. E. Monitoramento Peer e mercados de crédito. A análise econômica do Banco Mundial, v.4, n. 3, p. 351-66, 1990.

TRIVIÑOS, A. N. S. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.

VERGARA, S. C. Métodos de pesquisa em administração. São Paulo: Atlas, 2012.

VIEIRA, E. S.; PINHO, C. C.; OLIVEIRA, D. A Concessão de Crédito Comercial e o Financiamento dos Clientes: evidência nas empresas portuguesas. Revista Universo Contábil, v. 9, n. 4, p. 144-56, 2013. DOI: http://doi.org/10.4270/RUC.2013435

WILBERT, M. D.; SERRANO, A. L. M.; GONÇALVES, R. S.; ALVES, L. S. Redução do imposto sobre produtos industrializados e seu efeito sobre a venda de automóveis no Brasil: uma análise do período de 2006 a 2013. Revista Contemporânea de Contabilidade, v. 11, n. 24, p. 107-124, 2014. DOI: https://doi.org/10.5007/2175-8069.2014v11n24p107

XAVIER, B. D. J. Os Principais Aspectos para Análise, Concessão e Administração do Crédito. Maringá Management, v. 9, n. 1, p. 37-43, 2012.

Downloads

Publicado

2017-12-09

Como Citar

de Souza, P. A. R., & Romeiro, M. do C. (2017). As instituições de microcrédito no Brasil: uma perspectiva sobre o fluxo de fundos no setor. Revista Contemporânea De Contabilidade, 14(33), 88–100. https://doi.org/10.5007/2175-8069.2017v14n33p88

Edição

Seção

Artigos