Análise dos efeitos dos instrumentos financeiros no conservadorismo contábil em bancos brasileiros

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8069.2020v17n44p3

Resumo

O Conservadorismo Condicional foi definido, historicamente, como um dos princípios da Contabilidade. Porém, o registro de Instrumentos Financeiros (IF) pelo Valor Justo não é considerado conservador. Objetiva-se neste trabalho investigar quais são os efeitos dos IF no conservadorismo das Informações Contábeis de bancos brasileiros, os quais são instituições com altos valores de IF. Foram coletadas informações no site do Banco Central do Brasil, no período de 2009 a 2019. As observações foram segregadas de acordo com a análise de decis, de acordo com os valores de IF. Foram analisados os grupos com valores mais baixos e mais altos de IF, utilizando variáveis dummy e interações com as variáveis do modelo de Cunha et al. (2016). Os resultados indicaram que os bancos com valores mais baixos de IF apresentam conservadorismo e aqueles com valores mais altos de IF não apresentam conservadorismo nas informações contábeis.

Biografia do Autor

Juliana Molina Queiroz

Doutora em Ciências Contábeis pelo PPGCC (UFRJ), Pós-Doutoranda na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Adriano Rodrigues, Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutor em Controladoria e Contabilidade (USP)

Marcelo Alvaro da Silva Macedo, Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutor em Engenharia de Produção pela COPPE (UFRJ)

Natan Szuster, Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutor em Contabilidade (USP)

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Publicado

2020-07-30

Como Citar

Queiroz, J. M., Rodrigues, A., Macedo, M. A. da S., & Szuster, N. (2020). Análise dos efeitos dos instrumentos financeiros no conservadorismo contábil em bancos brasileiros. Revista Contemporânea De Contabilidade, 17(44), 3–16. https://doi.org/10.5007/2175-8069.2020v17n44p3

Edição

Seção

Artigos