Economias de escala nas entidades fechadas de previdência complementar brasileiras: existe um tamanho ótimo?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8069.2021.e70701

Resumo

A presente pesquisa investigou a existência de um tamanho ótimo para a operação das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) brasileiras, com base em suas despesas administrativas. Em outras palavras, foi verificado se os fundos de pensão brasileiros gozariam de economias de escala até um determinado ponto, onde, a partir do qual, a complexidade das grandes estruturas passaria a provocar deseconomias de escala. Como pano de fundo foi utilizada a teoria da organização industrial com enfoque nas barreiras à entrada. Os resultados comprovaram que as despesas administrativas das EFPC se comportam na forma de “U”, o que significa que existe um tamanho ótimo para operação dessas entidades. Esse achado fornece importantes elementos que podem subsidiar o órgão regulador do setor a restringir a entrada de novos fundos nesse mercado, o que traria benefícios a todos os participantes das EFPC em termos de redução de custos e ampliação da poupança previdenciária.

Biografia do Autor

Rudolph Fabiano Alves Pedroza Teixeira, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutorando em Ciências Contábeis (UFRJ)

Profissional da Nível Superior da Centrais Elétricas Brasileiras (ELETROBRAS)

Adriano Rodrigues, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

Doutor em Controladoria e Contabilidade (USP)

Professor do Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis (UFRJ)

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Publicado

2021-01-25

Como Citar

Teixeira, R. F. A. P. ., & Rodrigues, A. (2021). Economias de escala nas entidades fechadas de previdência complementar brasileiras: existe um tamanho ótimo?. Revista Contemporânea De Contabilidade, 18(46), 97–112. https://doi.org/10.5007/2175-8069.2021.e70701

Edição

Seção

Artigos