Influência do método de mensuração de ativos biológicos na qualidade dos lucros

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8069.2023.e78681

Palavras-chave:

IAS 41, valor justo, custo histórico

Resumo

O objetivo do estudo foi identificar a influência do método de mensuração de ativos biológicos na qualidade dos lucros das empresas que exploram atividades agropecuárias. Os dados do período de 2009 a 2017, de uma amostra de 228 companhias listadas em 39 países, foram coletados na plataforma Thomson Reuters Eikon® e analisados por meio de regressão linear múltipla. A proxy de qualidade dos lucros foi baseada no modelo desenvolvido por Dechow e Dichev (2002). O principal resultado revelou que a adoção do método de valor justo para mensuração de ativos biológicos produziu efeitos negativos na qualidade dos lucros, em relação ao de custo histórico. Esta descoberta sugere que lucros de maior qualidade são obtidos quando os ativos biológicos são mensurados pelo método de custo.

Biografia do Autor

Marcos Paulo Rodrigues de Souza, Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR) Campus de Paranavaí

Possui graduação em Ciências Contábeis pela Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí - FAFIPA (2003), especialização em Agronegócio pela Universidade Federal do Paraná - UFPR (2005) e Mestrado em Ciências Contábeis pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis (PCO) da Universidade Estadual de Maringá - UEM (2018). Atualmente é professor assistente no Departamento de Ciências Contábeis da Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR) Campus de Paranavaí. Tem interesse e experiência em Contabilidade Gerencial e de Custos, Contabilidade do Agronegócio, Contabilidade Societária e Auditoria das Demonstrações Contábeis.

Claudio Marques, Universidade Estadual de Maringá

Doutor em Ciências (2013) pelo Programa de Pós-Graduação em Controladoria e Contabilidade da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo. Mestre em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina (1998). Graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá (1995) . Atualmente é professor Adjunto da Universidade Estadual de Maringá. Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Contabilidade Geral e Análise, atuando principalmente nos seguintes temas: contabilidade geral, auditoria e perícia. Área de atuação na pesquisa engloba atualmente o tema Educação e Pesquisa na Contabilidade.

Ilirio José Rech, Universidade Federal de Goiás

É Doutor em Contabilidade e Controladoria pela FEA/USP (2012) com tese defendia na área de mensuração de ativos biológicos. É Mestre em Contabilidade pela Universidade de Brasília (UnB - 2006), Graduado e pós Graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Federal de Mato Grosso (1993, 2002). Professor adjunto da Universidade Federal de Goiás - UFG e professor permanente do Programa de Mestrado em Ciências Contábeis da UFG e do programa de Mestrado e Doutorado da FACIC/UFU. É editor associado da Revista de Contabilidade, Gestão e Governança (CGG) e revisor de diversos periódicos do Brasil entre eles a Revista ABCustos, Universo Contábil, Ambiente Contábil, Revista de Contabilidade e Finanças. Foi Membro da comissão de exames de suficiência do Conselho Federal de Contabilidade e Fiscal contador do CRC MT. Tem experiência na área de consultoria em atividades agropecuárias e adoção das Normas Internacionais de Contabilidade (IFRS). Participa em projetos de avaliação de empresas na equipe da Funape/UFG. Coordena curso de pós graduação e pesquisas de iniciação científica financiadas pela FAPEMIG, FUNAPE, UFU e UFG nas áreas de avaliação de empresas e de adoção das IFRS aplicadas a empresas rurais, além de atuar no ensino de pós graduação nas áreas de Contabilidade Societária, Análise financeira e econômica, Planejamento e Contabilidade Internacional. 

Referências

Argilés, J. M., García-Blandon, J., & Monllau, T. (2011). Fair value versus historical cost-based valuation for biological assets: predictability of financial information. Revista de Contabilidad-Spanish Accounting Review RC-SAR. 14(2), 87-113. https://doi.org/10.1016/S1138-4891(11)70029-2.

Argilés-Bosch, J. M., Aliberch, A. S., & García-Blandón, J. (2012). A comparative study of difficulties in accounting preparation and judgement in agriculture using fair value and historical cost for biological assets valuation. Revista de Contabilidad-Spanish Accounting Review RC-SAR. 15(1), 109-142. https://doi.org/10.1016/S1138-4891(12)70040-7.

Argilés-Bosch, J. M., Miarons, M., Garcia-Blandon, J., Benavente, C., & Ravenda, D. (2017). Usefulness of fair valuation of biological assets for cash flow prediction. Spanish Journal of Finance and Accounting. 24, 157-180. https://doi.org/10.1080/02102412.2017.1389549.

Aryanto, Y. H. (2011). Theoretical Failure of IAS 41 Agriculture. The Indonesian Institute of Accountants, 1-5. http://dx.doi.org/10.2139/ssrn.1808413.

Barlev, B., & Haddad, J. R. (2003). Fair value accounting and the management of the firm. Critical Perspectives on Accounting. 14(4), 383-415. https://doi.org/10.1016/S1045-2354(02)00139-9.

Dechow, P. M., & Dichev, I. D. (2002). The quality of accruals and earning: the role of accrual estimation erros. The Accounting Review. 77(4), 35-39. https://www.jstor.org/stable/3203324.

Dechow, P. M., Ge, W., & Schrand, C. (2010). Understanding earnings quality: a review of the proxies, their determinants and their consequences. Journal of Accounting and Economics. 50(2-3), 344-401. https://doi.org/10.1016/j.jacceco.2010.09.001.

Dechow, P. M., Kothari, S. P., & Watts, R. L. (1998). The Relation Between Earnings and Cash Flows. Journal of Accounting and Economics. 25(2), 133-168. https://doi.org/10.1016/S0165-4101(98)00020-2.

Demaria, S., & Dufour, D. (2007). First time adopition of IFRS, Fair Value opition, Conservatism: Evidences from French listed companies. 2007. https://halshs.archives-ouvertes.fr/halshs-00266189/document.

Dvo?áková, D. (2006). Application of Fair Value Measurement Model in IAS 41 – Relation between Fair Value Measurement Model and Income Statement Structure. European Financial and Accounting Journal. 1(2), 49-70.

Dvo?áková, D. (2011). Fair Value Measurement in Financial Reporting. European Financial and Accounting Journal. 6(1), 60-75. https://doi.org/10.18267/j.efaj.39.

Elad, C. (2004). Fair value accounting in the agricultural sector: some implications for international accounting harmonization. European Accounting Review. 13(4), 621-641. https://doi.org/10.1080/0963818042000216839.

Elad, C., & Herbohn, K. (2011). Implementing fair value accounting in the agricultural sector. The Institute of Chartered Accountants of Scotland. T. Great Britain: J. International Ltd.

Fávero, L.P., Belfiore, P., Silva, F. L., & Chan, B. L. (2009). Análise de Dados: modelagem multivariada para tomada de decisões. Rio de Janeiro: Elsevier.

Ferreira, R. A., & Teixeira, A. (2018). A relevância das informações financeiras nas empresas listadas na B3 que atuam com ativos biológicos após adoção do CPC 29. Revista de Gestão, Finanças e Contabilidade. 8(2), 5-22. https://doi.org/10.18028/rgfc.v8i2.5481.

Figueira, L. M., & Ribeiro, M. S. (2015). Análise da evidenciação sobre a mensuração de ativos biológicos: antes e depois do CPC 29. Revista Contemporânea de Contabilidade. 12(26), 73-98. https://doi.org/http://dx.doi.org/10.5007/2175-8069.2015v12n26p73

Francis, J., Olsson, P., & Schipper, K. (2006). Earnings quality. Foundations and Trends in Accounting. 1(4), 259-340. http://dx.doi.org/10.1561/1400000004.

Gonçalves, R., & Lopes, P. (2014). Firm-specific determinants of agricultural financial reporting. Procedia-Social and Behavioral Sciences, 110, 470-481. https://doi.org/10.1016/j.sbspro.2013.12.891

Gonçalves, R., Lopes, P., & Craig, R. (2017). Value relevance of biological assets under IFRS. Journal of International Accounting, Auditing and Taxation. 29, 118-126.http://dx.doi.org/10.1016/j.intaccaudtax.2017.10.001.

He, L. Y. (Colly), Wright, S., & Evans, E. (2018). Is fair value information relevant to investment decision-making: Evidence from the Australian agricultural sector? Australian Jourrnal of Management, 43(4), 555-574. https://doi.org/10.1177/0312896218765236

Herbohn, K., & Herbohn, J. (2006). International Accounting Standard (IAS) 41: What Are the Implications for Reporting Forest Assets? Small-scale Forest Economics, Management and Policy. 5(2), 175-189. https://doi.org/10.1007/s11842-006-0009-1.

Huffman, A. (2018). Asset use and the relevance of fair value measurement: evidence from IAS 41. Review of Accounting Studies. 23, 1274-1314. https://doi.org/10.1007/s11142-018-9456-0.

IAS Plus (2019). Jurisdictions. https://www.iasplus.com/en/jurisdictions.

International Accounting Standards Board (2018). IAS 41 Agriculture. http://eifrs.ifrs.org/eifrs/bnstandards/pt-br/2018/ias41.pdf.

International Financial Reporting Standards (2019). Use of IFRS Standards by Jurisdiction. https://www.ifrs.org/use-around-the-world/use-of-ifrs-standards-by-jurisdiction/.

Lefter, V., & Roman, A. G. (2007). IAS 41 Agriculture: Fair Value Accounting. Theoretical and Applied Economics. 5(510), 15-22. https://econpapers.repec.org/article/agrjournl/v_3a5(510)_3ay_3a2007_3ai_3a5(510)_3ap_3a15-22.htm.

Martínez, J. A., Martínez, F. G., & Marín Diazaraque, J. M. (2011). Optional accounting criteria under IFRSs and corporate characteristics: evidence from spain. Revista de Contabilidad.14(1), 59-85. https://doi.org/10.1016/S1138-4891(11)70022-X.

Martins, V. G., Machado, M. A. V., & Callado, A. L. C. (2014). Relevância e representação fidedigna na mensuração de ativos biológicos a valor justo por empresas listadas na BM&FBovespa. Revista Contemporânea de Contabilidade. 11(22), 163-188. https://doi.org/10.5007/2175-8069.2014v11n22p163.

Nogueira, D. R., & Pires, P. A. S. (2017). Nível de Disclosure do CPC 29 Ativos Biológicos: Análise dos fatores determinantes nas companhias brasileiras. Contabilidade, Gestão e Governança. 20(1), 38-54. http://dx.doi.org/10.21714/1984-3925_2017v20n1a3.

Pinto, I., & Pais, M. C. (2015). Fair value accounting choice: Empirical evidence from Portuguese real estate investment funds. Journal of European Real Estate Research. 8(2), 130-152. https://doi.org/10.1108/JERER-09-2014-0032.

Pinto, M. J. T., Martins, V. A., & Silva, D. M. (2015). Escolhas contábeis: o caso brasileiro das propriedades para investimento. Revista Contabilidade & Finanças. 26(69), 274-289. https://doi.org/10.1590/1808-057x201512280.

Quagli, A., & Avallone, F. (2010). Fair Value or Cost Model? Drivers of Choice for IAS 40 in the Real Estate Industry. European Accounting Review. 19(3), 461-493. https://doi.org/10.1080/09638180.2010.496547.

Ronen, J. (2008). To Fair Value or Not to Fair Value: A Broader Perspective. Abacus – Journal Compilation. Accounting Foundation. The University os Sydney. 44(2), 181-208. https://doi.org/10.1111/j.1467-6281.2008.00257.x.

Salotti, B. M., & SANTOS, A. (2015). Ativos biológicos na DVA: análise da divulgação no Brasil. Revista de Contabilidade e Organizações. 9(23), 4-23. https://doi.org/10.11606/rco.v9i23.88025

Shivakumar, L. (2013). The role of financial reporting in debt contracting and in stewardship. Accounting & Business Research. 43(4), 362-383. https://doi.org/10.1080/00014788.2013.785683.

Silva Filho, A. C. C., Machado, M. A.V, & Machado, M. R. (2013). Custo histórico X valor justo: qual informação é mais value relevant na mensuração dos ativos biológicos? Custos e @gronegócio on line. 9(2), 27-50. http://www.custoseagronegocioonline.com.br/numero2v9/Custos%20historicos.pdf.

Silva, R. L. M., Nardi, P. C. C., & Ribeiro, M. S. (2015). Gerenciamento de Resultados e Valorização dos ativos biológicos. Brazilian Business Review (BBR). 12(4), 1-27. http://dx.doi.org/10.15728/bbr.2015.12.4.1.

Tortoli, J. P., Pires, P. A. S., Botelho, D. R., & Rech, I. J. (2018). Divulgação de ativos biológicos e concentração acionária nas empresas brasileiras do agronegócio. Revista de Contabilidade e Organizações. 12(e144885), 1-18. https://doi.org/10.11606/issn.1982-6486.rco.2018.144885.

Watts, R. L. (2003). Conservatism in Accounting Part I: Explanations and Implications. Accouting Horizons. 17(3), 207-221. https://doi.org/10.2308/acch.2003.17.3.207.

Watts, R. L., & Zimmerman, J. L. (1990). Positive accounting theory: a ten year perspective. The Accounting Review. Englewood Cliffs, 65(1), 131-156. https://ssrn.com/abstract=928701.

Whittington, G. (2008). Fair value and the IASB/FASB conceptual framework project: an alternative view. Abacus. 44(2), 139-178. https://doi.org/10.1111/j.1467-6281.2008.00255.x.

Worldwide Governance Indicators (2018). Regulatory Quality. http://info.worldbank.org/governance/wgi/#home

Publicado

2023-10-26

Como Citar

Souza, M. P. R. de, Marques, C., & Rech, I. J. (2023). Influência do método de mensuração de ativos biológicos na qualidade dos lucros. Revista Contemporânea De Contabilidade, 20(54), 1–14. https://doi.org/10.5007/2175-8069.2023.e78681

Edição

Seção

Artigos