Constituição da folga orçamentária no processo de planejamento e controle orçamentário: evidências de duas empresas familiares
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8069.2024.e94882Palavras-chave:
Folga Orçamentária, Empresas Familiares, Heterogeneidade, Teoria da EstruturaçãoResumo
A pesquisa objetiva compreender e discutir a constituição da folga orçamentária no processo de planejamento e controle de duas empresas familiares com estruturas de gestão distintas, sob a ótica da Teoria da Estruturação. Mediante abordagem qualitativa foram realizados dois estudos de casos em duas empresas familiares. As categorias analisadas foram: perfil do respondente, envolvimento da família na gestão e constituição da folga orçamentária. Foi possível compreender que as empresas compartilham a visão da relevância do processo orçamentário, porém com particularidades quanto à condução deste processo em função do perfil de envolvimento da família na gestão do negócio. Dentre as contribuições da pesquisa tem-se o desenvolvimento da pesquisa na área gerencial com apoio da Teoria da Estruturação, os resultados trazem uma análise aprofundada em duas empresas com composições heterogêneas de gestão, identificou-se o quanto os gestores que utilizam o orçamento conheciam o conceito de folga orçamentária e se a estrutura do Sistema de Controle Gerencial impacta na constituição da folga orçamentária.
Referências
Alessandri, T. M., Cerrato, D., & Eddleston, K. A. (2018). The mixed gamble of internationalization in family and nonfamily firms: the moderating role of organizational slack. Global Strategy Journal, 8, 46–72. https://doi.org/10.1002/gsj.1201
Anderson, R. C., & Reeb, D. M. (2003). Founding Family Ownership and Firm Performance: Evidence from the S&P 500. Journal of Finance, 58, 1301–1328. https://doi.org/10.1111/1540-6261.00567
Arteaga, R., & Escribá-Esteve, A. (2021). Heterogeneity in family firms: contextualising the adoption of family governance mechanisms. Journal of Family Business Management, v. 11(2), 200-222. https://doi.org/10.1108/JFBM-10-2019-0068
Berrone, P., Cruz, C., & Gomez-Mejia, L. R. (2012). Socioemotional wealth in family firms: Theoretical dimensions, assessment approaches, and agenda for future research. Family Business Review, 25, 258–279. https://doi.org/10.1177/0894486511435355
Beuren, I. M., Beck, F., & Popik, F. (2015). Interesses Compartilhados Afetam a Veracidade dos Orçamentos? R. Cont. Fin. – USP, São Paulo, 26(67), p. 11-26.
Borge, L., Falch, T., & Tovmo, P. (2008). Public sector efficiency: the roles of political and budgetary institutions, fiscal capacity, and democratic participation. Public Choice, 136, 475-495. https://doi.org/10.1007/s11127-008-9309-7
Bornia, A. C., & Lunkes, R. J. (2007). Uma contribuição à melhoria do processo orçamentário. Contabilidade Vista & Revista, 18(4), 37-59. Recuperado de https://revistas.face.ufmg.br/index.php/contabilidadevistaerevista/article/view/339
Chrisman, J. J., Chua, J. H., Pearson, A. W., & Barnett, T. (2012). Family involvement, Family influence, and Family-centered non-economic goals in small firms. Entrepreneurship theory and practice, 36(2), 267-293. https://doi.org/10.1111/j.1540-6520.2010.00407.x
Church, B. K., Hannan, R. L., & Kuang, X. J. (2012). Shared interest and honesty in budget reporting. Accounting, Organizations and Society, 37, 155–167. https://doi.org/10.1016/j.aos.2012.01.002
Cyert, R. M., & March, J. G. (1963). A behavioural theory of the firm. Prentice-Hall, Englewood Cliffs.ne.
Dai, N. T., Free, C., & Gendron, Y. (2019). Interview-based research in accounting 2000–2014: Informal norms, translation and vibrancy. Management Accounting Research, 42, 26-38. https://doi.org/10.1016/j.mar.2018.06.002
Dallabona, L. F., Silva, D. M. A., & Lavarda, C. E. F. (2016). Variáveis contingenciais, estilos de liderança e folga organizacional predominantes em uma indústria têxtil de Santa Catarina. Revista Capital Científico, 17(3). DOI:10.5935/2177-4153.20190002
Davila, T. & Wouters, M. (2005). Managing budget emphasis through the explicit design of conditional budgetary slack. Accounting, Organizations and Society, 30, p. 587–608. https://doi.org/10.1016/j.aos.2004.07.002
Dawson, A., & Mussolino, D. (2014). Exploring what makes family firms different: Discrete or overlapping constructs in the literature? Journal of Family Business Strategy, 5, 169-183. https://doi.org/10.1016/j.jfbs.2013.11.004
Douglas, J. D. (1985). Creative Interviewing, Sage, Beverly Hills, CA.
Dunk, A. S. (1993). The effect of budget emphasis and information esymmetry on the relation between budgetary participation and slack. The Accounting Review, 68(2), 400-410. https://www.jstor.org/stable/248408
Elmassri, M. & Harris, E. (2011). Rethinking budgetary slack as budget risk management. Journal of Applied Accounting Research, 12(3), p. 278-293. https://doi.org/10.1108/09675421111187700
Eyerkaufer, M. L., Possamai, J. P., & Gonçalves, M. B. (2014). Quantificação dos planos estratégicos por meio do orçamento empresarial: uma aplicação prática com métodos estocásticos. Future Studies Research Journal, São Paulo, 6(2), 187-208. https://doi.org/10.24023/FutureJournal/2175-5825/2014.v6i2.178
Fadol, Y., Barhem, B., & Elbanna, S. (2015). The mediating role of the extensiveness of strategic planning on the relationship between slack resources and organizational performance. Management Decision, 53(5), 1023-1044. http://dx.doi.org/10.1108/MD-09-2014-0563
Frezatti, F., Bido, D. S., Mucci, D., & Beck, F. (2022). Essence taxonomy of Brazilian family businesses and conceptual implications for governance strategy. Journal of Management and Governance, 26, 813-849. https://doi.org/10.1007/s10997-021-09574-w
Gersick, K. E., & Feliu, N. (2014). Governing the Family Enterprise: Practices, Performance, and Research. SAGE Handbook of Family Business. Eds. L. Melin, M. Nordqvist and P. Sharma. Thousand Oaks, CA: SAGE, 196–225.
Giddens, A. (2009). A constituição da sociedade. (3. Ed.). São Paulo: Martins Fontes.
Gimeno, A., Baulenas, G., & Coma-Cros, J. (2010). Family business models. UK: Palgrave Macmillan.
Greene, J. (1998). Qualitative program evaluation, practice and promise, in DENZIN, N.K.; LINCOLN, Y.S. (Eds), Collecting and Interpreting Qualitative Materials, Sage, Thousand.
Haliah. (2021). A study of performance model development and good governance budgeting. International Journal of Law and Management, 63(3), 301-319. https://doi.org/10.1108/IJLMA-11-2016-0122
Herculano, H. A., & Chiarello, T. C. Assimetria de informação na relação entre participação e folga orçamentária. REUNIR: Revista de Administração, Contabilidade e Sustentabilidade, 6(3), 2016. https://doi.org/10.18696/reunir.v6i3.415
J. Rubin, H., & S. Rubin, I. (2012). The art of hearing data. Thousand Oaks.
Junquilho, G.S. (2003). Condutas gerenciais e suas raízes: uma proposta de análise à luz da teoria da estruturação. Revista de Administração Contemporânea (RAC), Curitiba, 7(Edição Especial), 101-120. https://doi.org/10.1590/S1415-65552003000500006
Kahar, S. H. A., Rohman, A., & Chariri, A. C. (2016). Participative Budgeting, Budgetary Slack And Job Satisfaction In The Public Sector. The Journal of Applied Business Research, 32(6). https://doi.org/10.19030/jabr.v32i6.9814
King, N. (2004). Using templates in the thematic analyses of text. In: CASSELL, C.; SYMON, G. (ed.) Essential guide to qualitative methods in organizational research. London: SAGE, 256-270.
Longenecker, J. G., Moore, C. W., & Petty, J. W. (1997). Administração de pequenas empresas. São Paulo: Makron.
Lourenço, R. L., & Sauerbronn, F. F. (2018). Teorias da prática social para pesquisas em contabilidade gerencial: possibilidades a partir de Pierre Bourdieu e Anthony Giddens. Revista Contemporânea de Contabilidade, 15(35), 204-232. https://doi.org/10.5007/2175-8069.2018v15n35p204
Lukka, K. (1988). Budgetary biasing in organizations: theoretical framework and empirical evidence. Accounting, Organizations and Society, 13, 281-301. https://doi.org/10.1016/0361-3682(88)90005-0
Lune, H., & Berg, B. L. (2017). Qualitative research methods for the social sciences. Pearson Higher Ed.
McDonald, S. (2003). Innovation, organisational learning and models of slack. International Conference on Organizational Learning and Knowledge, Aberdeen, United Kingdom, 5. Melin, L., & Nordqvist, M. (2007). The Reflexive Dynamics of Institutionalization: The Case of the Family Business. Strategic Organization, 5(4), 321–333. https://doi.org/10.1177/1476127007079959
Merchant, K. A. (1985). Budgeting and the propensity to create budgetary slack. Accounting, Organizations and Society, 10(2), 201-210. https://doi.org/10.1016/0361-3682(85)90016-9
Muzzio, H., & Silva Júnior, O. G. (2014). Eu sou melhor do que você! Gestão profissional x gestão familiar: a experiência de uma empresa de alimentação. Revista de Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas, 3(2), 3-19. https://doi.org/10.14211/regepe.v3i2.120
Nazarova, N. (2014). Culture as a recoupling mechanism: Rationales for construction of budgetary slack in logistics. (28)1 105-126. In: Epstein, M., Farrell, A. Studies in Managerial and Financial Accounting, (28)1. Emerald Group Publishing Limited. https://doi.org/10.1108/S1479-351220140000028011
Nordqvist, M., Sharma, P., & Chirico, F. (2014). Family firm heterogeneity and governance: a configuration approach. Journal of Samall Business Management, 52(2), 192-209. https://doi.org/10.1111/jsbm.12096
Onsi, M. (1973). Factor analysis of behavioral variables affecting budgetary slack. The Accounting Review, 48(3), 535-548. https://www.jstor.org/stable/245151
Pfeffer, J., & Salancik, G. R. (2003). The External Control of Organizations: A Resource Dependence Perspective. Stanford Business Books, Stanford.
Qu, S., & Dumay, J. (2011). The qualitative research interview. Qualitative Research in Accounting & Management, 8(3), 238-264. https://doi.org/10.1108/11766091111162070
Ricca Neto, D. (1998). Da empresa familiar à empresa profissional. São Paulo: CL-A Cultural.
Ryan, B., Scapens, R. W., & Theobald, M. (2002). Traditions of research in management accounting. In: RYAN, B.; SCAPENS, R. W.; THEOBALD, M. Research Method and Methodology in Finance and Accounting. London: Wouth Wester: Cengage Learning, 68-93.
Santos, V., Beuren, I. M., & Skrepitz, S. (2022). Influência da folga orçamentária e de elementos do processo orçamentário nas percepções de justiça. Rev. contab. finanç. [online], 33(89), 200-215. https://doi.org/10.1590/1808-057x202113780
Stake, R. E. (1995). The art of case study research. Los Angeles: Sage.
Vanacker, T., Collewaert, V., & Zahra, S.A. (2017) Slack resources, firm performance, and the institutional contexto: Evidence from privately held European firms. Strategic Management Journal, 38(6), 1305-1326. https://doi.org/10.1002/smj.2583
Wanderley, C. D. A., & Cullen, J. (2011). Management Accounting Research: Mainstream versus Alternative Approaches. Revista Contabilidade Vista & Revista, 22(4), 15-44.
Westhead, P., & Howorth, C. (2007). ‘Types’ of Private Family Firms: An Exploratory Conceptual and Empirical Analysis. Entrepreneurship & Regional Development, 19, 405-431. https://doi.org/10.1080/08985620701552405
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os Direitos Autorais para artigos publicados neste periódico são do autor, com direitos de primeira publicação para a Revista. Em virtude de aparecerem nesta Revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais, de exercício profissional e para gestão pública. A Revista adotou a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional - CC BY NC ND. Esta licença permite acessar, baixar (download), copiar, imprimir, compartilhar, reutilizar e distribuir os artigos desde que com a citação da fonte, atribuindo os devidos créditos de autoria. Nesses casos, nenhuma permissão é necessária por parte dos autores ou dos editores. Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou um capítulo de livro).

Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons.
