Os BRICS frente aos Estados Unidos após a crise financeira de 2008: alternativa a uma hegemonia declinante?
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8085.2014v17n2p128Resumo
A crise financeira de 2008, cujo epicentro foram os Estados Unidos, trouxe implicações para a ordem econômica, política e social no sistema internacional. Uma delas decorrente, sobretudo da desaceleração produtiva a nível mundial, gerou um novo questionamento sobre a posição hegemônica dos Estados Unidos, tendo em vista o fracasso aparente do modelo econômico liberal propalado no processo globalizante do pós-Guerra Fria. A análise do presente trabalho centrar-se-á nessa questão tendo como foco o papel dos BRICS no atual contexto internacional, considerando seu papel como opositor e como reformador do sistema interestatal ainda liderado pelos Estados Unidos. Na primeira parte do artigo, desenvolver-se-ão as ideias de Giovanni Arrighi no concernente ao termo “hegemonia”, além de serem apontadas as principais críticas a essa abordagem. Nesse mesmo sentido, os teóricos da Teoria Crítica, em especial Robert Cox, auxiliam na compreensão da possibilidade de mudança de hegemonia na ordem internacional. As ideias sobre “interdependência complexa” de Robert Keohane e Joseph Nye também serão usadas como arcabouço teórico. Ademais, as críticas de Tim Dunne à Escola Inglesa e suas reflexões sobre os Estados Unidos e ordem mundial contribuíram para o referencial teórico. Na segunda parte do artigo, será feito um breve retrato das causas e consequências da crise financeira de 2008, considerando a posição de hegemonia mundial dos Estados Unidos. Por fim, será analisado o surgimento dos BRICS enquanto conceito e posterior instituição, com a proposta de buscar explicações sobre as capacidades desse conjunto de Estados na conjuntura internacional pós-crise de 2008, que se apresenta cada vez mais incerta e rica em possibilidades quando se trata de reordenamento no sistema interestatal.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Os Direitos Autorais para artigos publicados neste periódico são do autor. Em virtude de aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais, de exercício profissional e para gestão pública. A Revista adotou a licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional. Esta licença permite acessar, baixar (download), compartilhar o conteúdo dos artigos desde que citada a fonte, atribuindo os devidos créditos de autoria.
Esta obra está licenciada sob uma Licença Creative Commons - Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional.