Pensar "pela raiz": ciências sociais, pensamento radical e os sentidos da esquerda frente à extrema-direita no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5007/1518-2924.2025.e107151Palavras-chave:
Pensamento social brasileiro, Pensamento radical, Ciências sociais, Extrema-direita, Esquerda brasileiraResumo
Este artigo analisa a constituição do campo de estudos sobre o pensamento social e político no Brasil, com ênfase em seu desenvolvimento nas ciências sociais a partir dos anos 1970, destacando sua relevância para a compreensão crítica dos dilemas históricos do país. Em meio à diversidade de abordagens, o texto enfoca o pensamento radical, entendido como uma vertente que questiona as estruturas fundantes da ordem social, econômica e política. Vinculado a uma tradição crítica, esse pensamento articula interpretação e transformação, conectando teoria e prática social. O artigo também discute os sentidos contemporâneos da esquerda brasileira, suas fronteiras conceituais e os desafios colocados pela ascensão da extrema-direita. Sustenta-se que o legado das ciências sociais e do pensamento radical permanece fundamental para repensar criticamente o presente e formular alternativas políticas. Pensar “pela raiz” segue sendo, portanto, uma tarefa intelectual e política urgente.
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