Carlos Nelson Coutinho e o processo de desenvolvimento do capitalismo no Brasil

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DOI:

https://doi.org/10.5007/1806-5023.2019v16n2p30

Resumo

O presente texto propõe a discussão da concepção formulada por Carlos Nelson Coutinho para compreender o processo de desenvolvimento do capitalismo no Brasil. Para tal intento, o pensador baiano recorre a dois conceitos, que conjuga em uma proposta interpretativa singular: da noção “via prussiana”, como formulada por Lenin (e retomada por G. Lukács), ao conceito de “revolução passiva”, como proposto por A. Gramsci. A partir desse aporte teórico, Coutinho investiga o caráter “conservador” do desenvolvimento do capitalismo no país, referendado pela aliança entre os principais setores das classes dominantes (do “velho” ao “novo”), que tem por consequência uma ampla ruptura entre nação e povo. Nesse sentido, realizaremos algumas considerações sobre a atualidade da proposta interpretativa coutianiana para a compreensão do Brasil contemporâneo.

Biografia do Autor

Rafael da Rocha Massuia, Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO)

Graduado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) em 2010. Obteve, em 2013, o título de mestre em Ciências Sociais pela Unesp, campus Araraquara, com a dissertação intitulada "A recepção das ideias estético-literárias de Lukács em Leandro Konder e Carlos Nelson Coutinho: análise de suas produções teórico-críticas", que contou com apoio da CAPES. Obteve, e 2017, o título de doutor em Ciências Sociais, pela Unesp, campus Araraquara, com a tese intitulada "Crítica literária, marxismo e interpretação do Brasil: um estudo dos pensamentos de Carlos Nelson Coutinho e Roberto Schwarz", que também contou com apoio da CAPES. Atuou, como Professor Substituto, na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) entre 2013 e 2014. Atualmente atua como Professor Colaborador na Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), campus de Irati. Tem experiência em Ciências Sociais, com ênfase em Sociologia, Pensamento Social Brasileiro, Teoria Marxista e Sociologia da Cultura e da Literatura.

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Publicado

2019-09-17

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Artigo