Racismo por omissão e luta antirracista:

da colonialidade à resistência em Benevides/PA

Autores

  • Evelyn Talisa Abreu de Oliveira Universidade Federal do Pará, Mestranda, Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia
  • Rodrigo Corrêa Diniz Peixoto Universidade Federal do Pará, Professor Adjunto, Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia

DOI:

https://doi.org/10.5007/1806-5023.2022.e83547

Resumo

A extinção legal do sistema de escravidão no Brasil não deu fim à classificação racial existente. Em outras palavras, não representou o fim da exploração nem da dominação sobre determinados sujeitos. Assim, o objetivo deste artigo consiste em fomentar uma discussão teórica sobre uma das formas pelas quais o racismo atua em nossos dias e, por outro lado, como a resistência também é construída. Este artigo corresponde a um recorte de dissertação de mestrado, cuja investigação trata sobre a atualização da luta antirracista no município de Benevides, no Pará. Tem como metodologia a pesquisa bibliográfica e os princípios da pesquisa-ação. Dentre as referências estão: Abdias Nascimento (2016), Aluizio Marino (2013;2015), Aníbal Quijano (1992;2005;2009), Frantz Fanon (2008), Grada Kilomba (2019), Lélia Gonzalez (2020) e Nilma Lino Gomes (2017). Como resultado apontamos a contribuição para o debate antirracista, a partir de uma experiência histórica específica. Conclui-se a necessidade de olhar para o outro lado da repressão, isto é, a resistência, a fim de enfatizar que, se a relação de dominação é atualizada, as formas de resistências também são.

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Publicado

2022-03-28