Meio ambiente, capitalismo e desenvolvimento sustentável: a arquitetura de um matrimônio duvidoso

Autores

  • François M. P. Gavard

DOI:

https://doi.org/10.5007/1806-5023.2009v6n3p25

Resumo

A revolução no pensamento e na relação do homem com o meio ambiente advinda do Iluminismo desencadeou durante a Modernidade um processo de desenvolvimento econômico e tecnológico que ao alcançar o século XX demonstrou-se problemático trazendo a perspectiva da finitude e do limite de volta às consciências. Movimentos sociais se organizaram reivindicando a conservação do meio ambiente e a ciência e o capitalismo foram apontados com responsáveis pela destruição do ambiente natural. O debate em torno da problemática ambiental era pautado pelo impasse entre as posições antagônicas de “ambientalistas” e “desenvolvimentistas”. Na busca da superação deste impasse foram articulados os conceitos de “Ecodesenvolvimento” e posteriormente o de Desenvolvimento Sustentável. O primeiro foi rejeitado devido ao seu conteúdo excessivamente político e de partir de premissas que contrariavam os interesses da economia mundial. O segundo ganhou proeminência no discurso ambiental e teve ampla aceitação nos mais diversos setores devido ao seu caráter conciliador que afirmava a possibilidade de se alcançar um tipo de desenvolvimento capaz de contemplar os aspectos sociais, econômicos e ecológicos. Ainda que elaborado de maneira vaga e alvo de suspeita de mera estratégia discursiva.

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Publicado

2009-01-17

Edição

Seção

Artigo