Império e escravização no mundo romano: apontamentos para uma reflexão continuada

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-7976.2024.e103938

Palabras clave:

Escravidão antiga, Zona de não-escravização, Império romano

Resumen

Esta resposta ao artigo de Joly e Knust revisita os conceitos gêmeos de zona de escravização/ não-escravização de Jeffrey Fynn-Paul, que os autores utilizam para estruturar sua interessante proposta de abordagem à escravidão mediterrânica antiga pela perspectiva da História Global. Será retomada brevemente a gênese do conceito de zona de (não-)escravização e seu desenvolvimento. Em seguida, será feita uma breve apreciação de como esse modelo pode ser relacionado com debates historiográficos sobre o problema da diversidade das formas de escravização vigentes no império romano dos primeiros dois séculos da era cristã, notando os obstáculos empíricos que complicam tentativas de quantificar tais formas de escravização e sua expressividade para a manutenção do sistema escravista do império romano. O modelo Fynn-Paul da zona de (não-)escravização parece entender o conceito de império como um tipo específico de estado territorial que cria uma sociedade civil interna coesa e pacífica, cuja demanda por mão de obra escravizada é atendida principalmente (embora não exclusivamente) através da escravização sistemática de pessoas provenientes de territórios externos às fronteiras imperiais. Parece haver escopo para reflexão continuada sobre em que medida tal modelo poderia ser repensado e/ou adaptado em vista das especificidades históricas das diferentes formas de escravização existentes no império romano, bem como das incertezas sobre a expressividade demográfica e/ou econômica de cada uma delas para a manutenção do sistema escravista mediterrâneo no contexto do império romano.

Citas

ANDO, Clifford. The Administration of the Provinces. In Potter, David S. (org.) A Companion to the Roman Empire. Oxford: Blackwell, 2006, p. 175-192.

BANG, Peter Fibiger. Empire—A World History: Anatomy and Concept, Theory and Synthesis'. In Peter Fibiger Bang, C. A. Bayly, Walter Scheidel (orgs.), The Oxford World History of Empire: Volume One: The Imperial Experience. Oxford: Oxford University Press, 2021, p. 1-88.

CONRAD, Sebastian. What is global history? Princeton: Princeton University Press, 2016.

OLSTEIN, Diego. Thinking history globally. Basingstoke: Palgrave Macmillan, 2014.

SACHSENMAIER, Dominic. Global Perspectives on Global History: Theories and Approaches in a Connected World. Cambridge: Cambridge University Press, 2011.

FYNN-PAUL, Jeffrey. Empire, Monotheism and Slavery in the Greater Mediterranean Region from Antiquity to the Early Modern Era. Past and Present, v. 205, p. 3-40, 2009.

FYNN-PAUL, Jeffrey; PARGAS, Damian A. (org.). Slaving Zones. Cultural Identities, Ideologies, and Institutions in the Evolution of Global Slavery. Leiden: Brill, 2018.

LAVAN, Myles. The Spread of Roman Citizenship, 14–212 CE: Quantification in the Face of High Uncertainty. Past & Present, v. 230, n. 1, p. 3-46, 2016.

SCHEIDEL, Walter. The Roman slave supply. In: BRADLEY, K.; CARTLEDGE, P. (orgs.) The Cambridge World History of Slavery. Cambridge: Cambridge University Press, 2011, p. 287-310.

Publicado

2025-02-20

Cómo citar

Scopacasa, R. (2025). Império e escravização no mundo romano: apontamentos para uma reflexão continuada. Esboços: Historias En Contextos Globales, 31(58), 509–518. https://doi.org/10.5007/2175-7976.2024.e103938

Número

Sección

Debate "Escravidão Antiga e História Global"