Sexo, Culpa, Sacrifício e Expiação no Xangô de Pernambuco
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7976.2010v17n23p119Resumo
O ponto de partida deste artigo é a tese de Sigmund Freud, tal como desenvolvida sobretudo em Totem e Tabu, segundo a qual existe uma correlação universal entre sexo, culpa, religião e expiação. Mas o gerenciamento da culpa pode assumir formas marcadamente diferentes, de acordo com as peculiaridades dos diversos sistemas religiosos. Desse gerenciamento, dois grandes tipos são aqui identificados. O primeiro implica na regulação dos comportamentos, do ascetismo e da ética, e o segundo opera através do sacrifício material, sem necessariamente implicar em ascetismo ou repressão. Este último é o que, para o autor deste texto, caracteriza a religião afrobrasileira, tal como representada pelo Xangô de Pernambuco. A interpretação freudiana acompanha este trabalho do princípio ao fim. Entretanto, mesmo se fosse porventura rejeitada, as descrições e conclusões do texto não seriam derrubadas. Pois o longo trabalho de campo de autor, realizado com muita intensidade nos anos 70 e 80 do século passado e jamais, desde então, realmente descontinuado, bastaria para comprovar a centralidade do sacrifício de sangue no Xangô, bem como a pouca importância que, em contraste com as formas mais tradicionais de Cristianismo, esta religião atribui à repressão e à ascese, e, associadas a tais atitudes, a tolerância e a permissividade que a caracteriza diante do sexo em praticamente todas as suas manifestações.
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