“Construtor de espelhos”: Etnografia, literatura e mística na obra de Michel Leiris (França, 1930-1960)
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7976.2014v22n33p198Resumo
Este artigo pretende expor uma análise de alguns textos e conferências do escritor e etnólogo francês Michel Leiris (1901-1990). Tais textos versavam sobre etnografia e literatura e foram escritos, ou pronunciados, em diferentes datas nos anos posteriores à sua volta da missão Dakar-Djibouti (primeira grande missão etnográfica francesa em territórios coloniais africanos, da qual Leiris participou como secretário-arquivista) e à sua profissionalização como etnógrafo, abarcando, portanto, as décadas de 1930 à 1960. Por meio dos argumentos neles contidos é possível demonstrar como Leiris concebeu, ao longo deste tempo, as formas possíveis de produção de conhecimento sobre si mesmo e sobre o outro, os modos possíveis (e a importância) de se aprender com o outro “não ocidental” e, enfim, as possibilidades de transmissão desses saberes. Tendo vivido quase todo o século XX, Leiris esteve envolvido em importantes debates no âmbito das artes e das humanidades europeias. Sua obra dialogou com aquelas de intelectuais que exerceram contundentes críticas à modernidade, opondo-se à ideia de homo economicus e ao suposto excesso de racionalismo e de tecnicismo ocidentais. Apropriando-se de preceptivas da mística e do neoplatonismo dos séculos XV e XVI, ele desenvolveu uma concepção de etnografia que priorizava o contato e a identificação, buscando o que havia de comum entre todos os homens – ainda que com respeito às diferenças culturais.
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