Artes de Acontecer: Viados e travestis na Cidade do Rio de Janeiro, do Século XIX a 1980
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7976.2016v23n35p90Resumo
A cidade exibe o resultado dos esforços, mais ou menos rígidos, pouco ou mais frequentes, em conformidade com as conjunturas, tendentes à supressão ou ocultamento de personagens não assimiláveis ao padrão de existência e sociabilidade hegemonizado e incorporado pelos detentores do poder de regulação em cada regime. À parte esses processos, cujas marcas são caracteristicamente as fantasias higienistas e o apego a uma moralidade, via de regra, bifronte, os atores que resistem subalternizados em seus desvãos mostram-se ricos em práticas inventivas, desenvolvendo mecanismos próprios, capazes tanto da conquista de territórios como de constituir redes de articulações impensáveis. Conjugando o método indiciário com a perspectiva da história vista de baixo, este artigo apresenta uma primeira leitura da investigação sobre a presença de sodomitas, bagaxas ou não, travestis, transformistas e homossexuais masculinos na cidade do Rio de Janeiro, do século XIX à década de 1980, a partir dos espaços de sociabilidade e sexo que foram capazes de conquistar.
Tais territórios, ademais de provedores de diversão e satisfação sexual, possibilitaram a superação do desenraizamento e da atomização, a formação de redes de apoio e de carreiras profissionais. Coletivizados, tornaram-se capazes de melhor responder à desigual correlação de forças presente na sociedade ampliada, refratária à sua forma de desejo, estilo pessoal e de gênero.
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