“Trans-historizar” o espaço público dentro e fora da academia: Desafios para a historiografia e para o feminismo?
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7976.2016v23n35p182Resumo
Embora ainda lidem quotidianamente com preconceitos e com visões estereotipadas que os reforçam, homossexuais e pessoas trans implodem, por fim, o “muro” de isolamento que os afastava do convívio social, ganhando as ruas, os cinemas, os mercados alternativo e formal de trabalho, chegando às universidades, como estudantes, professoras ou professores e aos cargos públicos, como os legislativos ou as representações de conselhos e associações. O que parecia ser irremediavelmente abjeto agora afasta-se do espaço habitual das margens. Para o debate, traremos alguns casos de pessoas trans como professoras/es e estudantes e da formação de coletivos que agregam sujeitos em situação de margem dentro de universidades. Abordaremos também a entrada na vida pública, na última década, quando passam a ser eleitos ou eleitas para cargos políticos e aparecem como representantes populares, assumindo posições de liderança. Pensando a trajetória entre a abjeção e o protagonismo, buscaremos nos aproximar da transformação ocorrida na autoestima de não-sujeitos que passaram a “acontecer” no mundo e a existir dentro de outra gama de possibilidades. Entendemos o fenômeno trans dos anos 2000 e 2010 como um acontecimento. Como se deram esses movimentos e como ocorre o empoderamento de sujeitos em situação de margem, é o que este artigo pretende discutir.
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