A radicalidade da solidariedade social: protestos e mudança política no Brasil contemporâneo
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-7976.2022.e83934Palavras-chave:
Solidariedade social, Movimentos sociais, RadicalidadeResumo
Desde 2013, o Brasil enfrenta um processo de convulsão política, institucional e social, traduzido em eclosão de
escândalos políticos e grandes mobilizações de rua que evocam certo radicalismo social. Entre maio e junho de 2020, em
meio ao período inicial da pandemia da COVID-19, manifestações de movimentos sociais organizados e da sociedade
civil tomaram as ruas de cidades do país “pela democracia e pela vida”, pautadas por uma agenda caracterizada como
antifascista. Essas mobilizações pareciam indicar que algo aconteceria rapidamente, em especial através das camadas
sociais empobrecidas – as mais afetadas pelo cenário político e pela pandemia –, mas esfriaram na mesma velocidade
em que começaram. O que aconteceu desde então? O artigo examina essa questão, analisando os protestos por meio
da categoria de solidariedade social. Investigamos seu papel na construção da coesão social no Brasil durante o último
ano (2021), tanto na mobilização de setores da população quanto na própria corrosão e reversão das bases do tecido
social de nossa sociedade.
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