Kant e Freud sobre o "superego": apetite de vingança, princípios do Direito e sentimento do sublime
DOI:
https://doi.org/10.5007/1677-2954.2012v11n3p203Resumo
O trabalho propõe-se levantar uma série de semelhanças e disparidades entre a colocação de Kant e de Freud da capacidade da razão para se tornar o principal motor da ação humana. Primeiramente, atentaremos para o funcionamento das paixões como modulações do desejo que impedem qualquer avaliação equânime dos meios e do propósito do sujeito, chegando a suplantar inteiramente a função da razão. Em segundo lugar, nos concentraremos no caso da vingança como espaço de observação do modo de operar da paixão frente ao legítimo apetite de justiça. Finalmente, confrontaremos as estratégias de explicação de Kant e Freud sobre o processo mediante o qual a razão estabelece um governo duradouro sobre os sentidos, com o intuito de submeter à revisão a estendida tese segundo a qual o superego freudiano coincidiria inteiramente com o modelo kantiano da razão prática. A parte final do artigo sustenta que a racionalidade prática em Kant contém meios suficientes para denunciar no superego o exercício de um dogmatismo moral, que não se condiz com os alvos da Ilustração.
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