Contratualismo, utilitarismo e pluralismo na teoria da justiça de Rawls

Autores

  • Delmo Mattos UniCEUMA

DOI:

https://doi.org/10.5007/1677-2954.2016v15n1p85

Resumo

O propósito fundamental desse artigo consiste em um exame do argumento contratualista de Rawls, tal como se apresenta na sua obra Teoria da Justiça. Com base nesse pressuposto, as discussões pretendem evidenciar o modo pelo qual o procedimento contratualista permite ao filósofo contrapor os princípios do utilitarismo no que concerne a justificação da justiça. Sendo assim, torna-se fundamental um exame acerca do modelo de justiça proposto pelo utilitarismo, a fim de demonstrar a incompatibilidade teórica entre o princípio da utilidade a concepção da cooperação social. Para tanto, demonstra-se que a fundamentação da justiça empreendida por Rawls é inseparável da utilização instrumental de um acordo cerca dos arranjos adequados ao bem da sociedade, cujos princípios constituem a justiça social. Diante desses elementos teóricos, evidencia-se a relação efetiva entre o contratualismo e o pluralismo através do qual serão extraídos os princípios determinantes do modelo de sociedade organizada sob as determinações da cooperação social. Por fim, demonstra-se, mediante os argumentos apresentados, uma objeção às afirmativas costumeiras e relações infundadas sobre a proposta contratualista como fundamento dos princípios da justiça.

Biografia do Autor

Delmo Mattos, UniCEUMA

Doutor em Filosofia pela UFRJ.

Referências

AUDARD, Catherine. Introdução: John Rawls e o conceito do político. In: RAWLS, John. Justiça e democracia. Tradução por Irene A. Paternot. São Paulo: Martins Fontes, 2000, p. XIII-XXXVII. (Coleção Justiça e Direito).

BRAGA, A. F. S. Kant, Rawls e o utilitarismo: justiça e bem na filosofia contemporânea. Rio de Janeiro, Contraponto, 2011.

BROWNE, D. E .,“The Contract Theory of Justice,”Philosophical Papers 5 (1976):1–10.

BRUDNEY, Daniel, Hypothetical Consent and Moral Force, Law and Philosophy. 10 (1991):235–70.

BENTHAN, Jeremy, 1748, Uma Introdução aos Princípios da Moral e da Legislação/Jeremy Bentran: tradução LuizJoão Baraúna. Nova Cultural.1989.

BEITZ, C. Rawls’s Law of Peoples. Ethics, Vol.4, Nº110, 1999.

BOEIRA, Nelson. Sobre a deliberação em questões públicas. In Nythamar Fernandes de Oliveira e Draiton Gonzaga de Souza. Justiça e Política. Homenagem a Otfried Hoffe. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2003.

CARE, Norman, S., Contractualism and Moral Criticism, Review of Metaphysics 23(1969):85–101.

DIETERLEN, Paulette, "La filosofía política de John Rawls", Revista Mexicana de Ciencias Políticas y Sociales, nueva época, año XXXVII, núm. 150, octubre-diciembre de 1992.

DANNER, Leno Francisco. O Fato do Pluralismo em Rawls: sobre a Fundamentação da Sociedade Política. Revista Estudos Filosóficosnº 5 /2010 Pág. 155 – 173.

FERRAZ, Sérgio, Modelos de Sociedades Justas: Rawls e a tradição utilitarista. Ágora filosófica, Ano 11, n. 2, jul./dez. 2011. pp. 123-157.

GUILLARME, Bertrand. Rawls et le libéralisme politique. In: Revue Française de Science Politique. Volume 46: Pluralisme, Justice, Égalité – de lémpirique au philosophique dans l´étude de la démocratie, n. 2, abr. 1996. p. 321-43.

KOLM, Serge-Christophe. Teorias modernas da justiça. Tradução Jefferson Luiz Camargo e Luís Carlos Borges. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

KYMLICKA, Will. Multicultural Citizenship. Inglaterra: Oxford University Press, 1996;

MILLER, Richard, “Rawls, Risk, and Utilitarianism,” Philosophical Studies 8 (1975):55–61.

MILO, Ronald, Contractarian Constructivism. Journal of Philosophy 122. (1995):181–204.

HENNIGFELD, Jochem; JANSOHN, Heinz (Org.). Filósofos da atualidade: uma introdução. São Leopoldo: Ed. UNISINOS, 2006.

JORDÃO, Marco Aurélio de Medeiros. O justo como proposta de superação. Revista Opinião Filosófica, Porto Alegre, v. 03; nº. 02, 2012.

KUKATHAS, Chandran e PETTIT, Philip. Rawls, Uma Teoria da Justiça e seus críticos. Tradução por Maria Carvalho. Lisboa: Gradiva Publicações, 1990.

OLIVEIRA, Nythamar. Rawls. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.

POGGE, Thomas. John Rawls: His Life and Theory of Justice. Oxford: Oxford University Press, 2007.

________. “On Justification”. In: POGGE, Thomas. John Rawls: His Life and Theory of Justice. Oxford: Oxford University Press, 2007, p. 161-177.

RAWLS, John. Uma teoria da justiça. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

¬¬¬¬¬___________. O liberalismo político. Trad. Dinah de Abreu Azevedo. São Paulo: Editora Ática, 2000.

___________. J. Justiça e democracia. Tradução de Irene A. Paternot. São Paulo: Martins Fontes, 2002a.

___________. The Sense of Justice. In: Collected Papers (Org. Samuel Freeman) Cambridge-Massachussets: Harvard University Press, 1999.

RODILLA, Miguel Angel. Presentacion. In: RAWLS, John. Justicia como equidad – materiales para una teoria de la justicia. Traducción Miguel Ángel Rodilla. Madrid: Editorial Tecnos, 1986 (Biblioteca Universitaria). p. IX-L.

SCARRE, Geoffrey. Utilitarianism. Ted HONDERICH (ed.). Problems of Philosophy. London: Routledge, 1996.

SCANLON, Thomas. Rawls ‘Theory of justice’. In: DANIELS, Norman. Reading Rawls: critical studies on Rawls’ A Theory of justice. New York: Basic Books, s.d., cap. 8, pp. 169-205

VITA, Álvaro de. A justiça igualitária e seus críticos. São Paulo: Unesp, 2002, capítulo 6, pp. 207-276

¬¬¬¬¬¬¬______________. O liberalismo igualitário: sociedade democrática e justiça internacional.São Paulo: Martins Fontes, 2008, cap. I, pp. 21-60

VALLESPÍN OÑA, F. Nuevas Teorías del Contrato Social: John Rawls Robert Nozick y James Buchanan, Alianza, Madrid, 1985.

WEBER, T. Ethic@- Florianópolis, v. 10, n. 3, p. 131 - 153, Dez. 2011

ZAMBAM, Neuro José. A teoria da justiça de John Rawls: uma leitura. Passo Fundo: Ed. UPF, 2004.

Downloads

Publicado

2016-09-02

Edição

Seção

Artigos