Proteção da dignidade humana de migrantes e refugiados: uma proposta de intervenção
DOI:
https://doi.org/10.5007/1677-2954.2018v17n1p125Resumo
As transformações provocadas pela globalização e seus efeitos acentuaram as diferenças entre os países centrais e periféricos. Tais diferenças são marcadas pela complexidade das relações econômicas, a instabilidade política em regiões específicas, a insegurança jurídica, a falta de políticas pautadas no respeito pela dignidade humana. Como resultado desse cenário, a possibilidade de uma vida digna e com qualidade acaba condicionada à migração; num movimento que coloca as pessoas em deslocamento em situação de dependência dos países receptores e, consequentemente, em estado de vulnerabilidade e significativa perda de autonomia. Nesse contexto, a Bioética de intervenção pode contribuir com o estabelecimento de critérios político-sociais em busca do reconhecimento e garantia da dignidade da pessoa humana, especificamente dos refugiados e migrantes.
Referências
ACNUR. Relatório Anual de Tendências Globais. 2015. Disponível em http://www.acnur.org/portugues/recursos/estatisticas/. Acesso em 9 maio 2017.
ARENDT, Hannah. Origens do Totalitarismo. Tradução de Roberto Raposo. São Paulo: Companhia das Letras, 2012. 827 p.
BERLINGUER, Giovanni; GARRAFA, Volnei. O mercado humano. 2. ed. Tradução de Isabel Regina Augusto. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2001. 252 p.
COLLIER, Paul. Exodus: How Migration is Changing Our World. New York: Oxford University Press, 2013. p. 11-26.
COSTA JÚNIOR, Carlos Nogueira da. Crise Migratória na Europa em 2015 e os Limites da Integração Europeia: uma abordagem multicausal. Conjuntura Global, vol. 5, num. 1, NEPRI, Curitiba, 2016. p. 19-33.
DEYRA, Michel. Direito Internacional Humanitário. Brasília: Gab. Doc. Direito Comaparado (GDDC), 2001. p. 19.
GARRAFA, Volnei. Bioética. IN: GIOVANELLA, Ligia et al. Políticas e Sistemas de Saúde no Brasil. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz/Centro Brasileiro de Estudos de Saúde, 2012. 1100p.
________. Da bioética de princípios a uma bioética interventiva. Rev. Bioética, 1999; 7(1): 1-5.
_______. Reflexões bioéticas sobre ciência, saúde e cidadania. Rev. Bioética
GARRAFA, Volnei; PORTO, Dora. Bioética de intervención. In: Tealdi JC, director. Diccionario latinoamericano de bioética. Bogotá: Unesco, 2008: 191-192.
GONÇALVES, Erli Helena. Desconstruindo o preconceito em torno do HIV/Aids na perspectiva da bioética de intervenção. Brasília. Tese Doutorado em Bioética – Universidade de Brasília, 2005. 112 p.
MARTORELL, Leandro Brambilla. Análise crítica da Bioética de Intervenção: um exercício de fundamentação epistemológica. Brasília. Tese Doutorado em Bioética – Universidade de Brasília, 2015. 113p.
MELLO, Celso Duvivier de Albuquerque Mello. Direitos Humanos e conflitos armados. São Paulo: Renovar, 1997. 496 p.
NOWAK, Manfred. Introduction to the international Human Rights Regime. Boston: Martinus Nijhoff, 2003. 382 p.
PETERKE, Sven (Org.). Manual Prático de Direitos Humanos. Brasília: Escola Superior do Ministério Público da União, 2009. 374 p.
PORTO, Dora; GARRAFA, Volnei. Bioética de intervenção: considerações sobre a economia de mercado. Rev. bioét. 2005, 13(1). p. 115.
POTTER, Van Rensselaer. Bioethics: bridge to the future. Englewood Cliffs: Prentice-Hall, 1971.
RAWLS, John. A theory of justice. Revised edition. Cambridge, Massachusetts: The Harvard University Press, 1999.
REIS, Rossana Rocha. Soberania, Direitos Humanos e Migrações Internacionais. Revista Brasileira de Ciências Sociais, vol. 19, núm. 55, ANPOCS, São Paulo, 2004. p. 149-164.
RORTY, Richard. Human Rights, Recionality and Sentimentaly. In: ALBUQUERQUE, Aline. Direitos Humanos dos Pacientes. Curitiba: Juruá, 2015. p. 26.
SANDEL, Michael. Justiça: o que é fazer a coisa certa. 6. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2012. 350 p.
SILVA, Leonardo Eustáquio Sant’Anna da; DRUMMOND, Adriano; GARRAFA, Volnei. Bioética de intervenção: uma prática politizada na responsabilidade social. Universitas, 2011; 9(2): 111-19.
TRINDADE, Antônio Augusto Cançado. As três vertentes da proteção internacional da pessoa humana – da compartimentalização à interação. In: PEYTRIGNET, Gérard; RUIZ DE SANTIAGO, Jaime. As três vertentes da proteção internacional dos direitos da pessoa humana: direitos humanos, direito humanitário, direito dos refugiados. San José da Costa Rica/ Brasília: Instituto Interamericano de Direitos Humanos, Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, 1996, p. 30
WITHNALL, Adam. Aylan Kurdi’s story: How a small Syrian child came to be washed up
on a beach in Turkey. The Independent. Londres. 3 set. 2015. Disponível em: http://www.independent.co.uk/news/world/europe/aylan-kurdis-story-how-a-smallsyrian-child-came-to-be-washed-up-on-a-beach-in-turkey-10484588.html. Acesso em: 9 maio 2017.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
This obra is licensed under a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional