No que é preciso crer para ser um suicidário?

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1677-2954.2019v18n1p21

Resumo

Dentro de um esforço de fornecer uma definição filosoficamente coerente e rigorosa que parte do conceito comum de suicídio, o artigo se concentra numa compreensão dos aspectos mais fundamentais e gerais das crenças das pessoas que consideram seriamente essa possibilidade. A definição leva ao extremo de coerência as características marcantes da liberdade e da consciência, com atenção especial ao aspecto reflexivo e autorreferente. Por fim, esse enfoque centrado nas crenças do agente se presta a uma diferenciação do suicídio em relação a mortes autoinfligidas acidentais e por desconhecimento ou, mais amplamente, a ações parassuicidas.

Biografia do Autor

Lúcio Vaz, Universidade Federal do Espírito Santo

Possui bacharelado, licenciatura, mestrado e doutorado em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais. Atualmente é professor adjunto, classe a, nível 1 da Universidade Federal do Espírito Santo. Interesse nas subáreas: ética, ética setorial, antropologia filosófica. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia, atuando principalmente nos seguintes temas: suicídio, morte, Montaigne, ética e liberdade.

Referências

ANDRÉS, Gregorio Hinojo. “Las designaciones de la muerte voluntaria en Roma.” Hypnos, n. 4, p. 181-194, 1998.

ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. In: Aristóteles. Trad. Leonel Vallandro e Gerd Bornheim. São Paulo: Abril Cultural, 1984. Col. Os Pensadores.

BATTIN, Margaret. Suicide. In: CANTO-SPERBER, Monique. Dictionnaire d’éthique et de philosophie morale. Paris: PUF, 2001: 1563-1568.

BEAUCHAMP, Tom L.; CHILDRESS, James F. Principles of Biomedical Ethics. New York: Oxford UP, 2001.

CHOLBI, Michael. “Suicide”. The Stanford Encyclopedia of Philosophy. (Fall 2009 Edition). Disponível em: . Acesso: 02/10/2010.

COMTE-SPONVILLE, André. “Suicide”. In: Dictionnaire Philosophique. Paris: PUF, 2001, p. 563-564.

DONNELLY, John. “Suicide: some epistemological considerations”. In: LEHRER, Keith (org.). Analysis and Metaphysics: essays in honor of R. M. Chisholm. Dordrecht: D. Reidel, 1975: 283-298.

DOUGLAS, Jack. The Social Meanings of Suicide. Princeton: Princeton University Press, 1967.

DURKHEIM, Emile. Le suicide: étude sociologique. Paris: PUF, 1997.

FAIRBAIRN, Gavin J. Contemplating suicide: the language and ethics of selfharm. London, New York: Routledge, 1995.

FOUCAULT, Michel. "Un plaisir si simple" [1979]. In: Dits et Écrits. II: 1976-1988. Paris: Gallimard, 2001, p. 777-779.

GONZÁLEZ, Juliana. El Ethos, destino del hombre. México: Fondo de Cultura Económica, 1996.

HARRIS, John. The value of life: an Introduction to Medical Ethics. London: Routledge, 2007.

JANKÉLÉVITCH, Vladimir. La Mort. Paris: Flammarion, 1977.

KANT, Immanuel. Briefwechsel. Hamburg: Felix Meiner, 1972. Cartas 257, 283, 311, 309, 313, 315, 326.

KANT, Immanuel. Die Metaphysik der Sitten. Berlin, New York: Walter de Gruyter, 1968. Kants Werke: Akademie Textausgabe, Band VI.

MCMAHAN, Jeff. Ethics of Killing, problems at the margins of life. New York: Oxford University Press, 2002.

MENNINGER, Karl. Man Against Himself. New York: Harcourt, Brace and Company, 1938.

MIJOLLA-MELLOR, Sophie de. “Suicidas (condutas)”. In: MIJOLLA, Alain de (org.) Dicionário Internacional de Psicanálise. Rio de Janeiro: Imago, 2005. Trad. Álvaro Cabral, vol. 2, p. 1812.

MÖSGEN, Peter. Selbstmord oder Freitod? Das Phänomen des Suizids aus christlich-philosophischer Sicht. Eichstätt: Reihe diritto, 1999. Disponível: books.google.com/ Acesso: 15/7/2014.

PARFIT, Derek. On What Matters. Oxford: Oxford University Pressm 2011. 2 vols.

PINHEIRO, Ulysses. Acrasia, Metamorfoses e o Suicídio de Sêneca na Ética de Espinosa. Analytica. V. 12 (2008), n. 2, p. 199-244.

POZ, João Dal. “Crônica de uma morte anunciada: do suicídio entre os Sorowaha”. Revista de Antropologia. São Paulo, USP, 2000, v. 43, n. 1: 89-144.

REUBEN, Reuben. Direção de Robert Ellis Miller. Roteiro: Julius Epstein. S.l.: Saltair Productions, 1983. Son., color.

SCHOPENHAUER, Arthur. Die Welt als Wille und Vorstellung. Frankfurt a. M. Leipzig: Insel, 1996. Erster Band (I).

SCHOPENHAUER, Arthur. Die Welt als Wille und Vorstellung. Wiesbaden: Eberhard Brockhaus, 1949. Ergänzungen zum ersten Buch (II).

SHNEIDMAN, Edwin. Definition of Suicide. Maryland: Rowman & Littlefield, 1994.

SPINOZA, Benedictus de. Ethica ordine geometrico demonstrata et in quinque partes distincta… Belo Horizonte: Autêntica, 2008.

SÓFOCLES. Filoctetes. Trad. Trajano Vieira. 2ª ed. São Paulo: Ed. 34, 2014.

VAN VYVE, Maurice. La Notion de Suicide. Revue Philosophique de Louvain, v. 52, (1954), p. 593-618.

VAZ, Lúcio. A simulação da morte: versão e aversão em Montaigne. São Paulo: Perspectiva, 2011.

VENEU, Marcos Guedes. Ou não ser: uma introdução à história do suicídio no ocidente. Brasília: UnB, 1993.

WITTGENSTEIN, Ludwig. Notebooks 1914-1916. 2nd. Edition. Oxford: Basil Blackwell, 1979.

Downloads

Publicado

2019-03-29

Edição

Seção

Artigos