Nietzsche e La Rochefoucauld: o moralista como psicólogo
DOI:
https://doi.org/10.5007/1677-2954.2020v19n2p444Resumo
No presente artigo pretende-se analisar a influência do duque de La Rochefoucauld sobre Nietzsche, levando em conta especialmente as leituras realizadas no contexto de elaboração de Humano, demasiado humano, a partir de 1876. Para tanto, objetiva-se demonstrar como o moralista é evocado como psicólogo na perspectiva das observações psicológicas que servem a Nietzsche de crítica aos idealismos metafísicos. Inicia-se analisando a influência de La Rochefoucauld na experiência de Sorrento, que está na gênese de Humano, demasiado humano, principalmente pela presença de Paul Rée e, a seguir, examina-se a linguagem aforística como forma de expressão da filosofia do espírito livre, para então analisar como a moral é colocada em questão e apresentar três eixos de aproximação possíveis entre a teoria proposta por La Rochefoucauld e aquela utilizada por Nietzsche.
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