Da representação política à normatividade social

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/1677-2954.2021.e83780

Resumo

Este artigo traz uma reflexão acerca das organizações sociais humanas com recurso às ciências da vida, ou melhor, ao estatuto da vida concebido por Georges Canguilhem. Para ele, na vida prevalece a normatividade biológica, um argumento próprio do que se poderia chamar sua “filosofia biológica” e que dá sustentação à sua apenas esboçada “teoria social”. Uma filosofia construída a partir dos desenvolvimentos da Biologia e da Medicina e efetivada nos conceitos que delas extraiu. Em suma, sem reduzir os fatos humanos aos fatos naturais, trata-se de aplicar-lhes, por meio da noção de normatividade enquanto auto-organização social, um ponto de vista valorativo, vale dizer, axiológico que Canguilhem compartilhou com Nietzsche.

 

 

 

Biografia do Autor

Francisco Verardi Bocca, Pontifícia Universidade Católica do Paraná

Doutor em Filosofia e Professor Titular do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da PUCPR.

Referências

BACHELARD, G. (1934) Le nouvel esprit scientifique. Paris : Les Presses universitaires de France, 1968.

BACHELARD, G. (1938) La formation de l`esprit scientifique. Contribution à une psychanalyse de la conaissance objective. Paris : J. Vrin, 1967.

BACHELARD, G. (1940) La philosophie du non. Essai d`une philosophie du nouvel esprit scientifique. Paris : Les Presses universitaires de France, 1940.

BRAUNSTEIN, J. F. Canguilhem avant Canguilhem. In : Revue d`histoire des sciences. Tome 53, n°1, 2000.

CANGUILHEM, G. (1945a) La théorie cellulaire. In : La connaissance de la vie. Paris : Ed. J. Vrin, 1971.

CANGUILHEM, G. (1945b) Le vivant et son milieu. In : La connaissance de la vie. Paris : Ed. J. Vrin, 1971.

CANGUILHEM, G. (1946) Aspects du vitalisme. In : La connaissance de la vie (1952). Paris : Ed. J. Vrin, 1971.

CANGUILHEM, G. (1955) Le problème des régulations dans l`organisme et dans lasociété. In : Écrits sur la médecine. Paris : Editions du Seuil, 2002.

CANGUILHEM, G. (1965) La finalité en biologie. In: Œuvres Complètes IV. Paris : J. Vrin, 2015.

CANGUILHEM, G. (1966) Le normal et le pathologique. Paris: PUF, 2013.

CANGUILHEM, G. (1966b) La nouvelle connaissance de la vie: le concept et la vie. In : Études d´histoire et de philosophie des sciences concernant les vivants et la vie (1968). Paris : Ed. J. Vrin, 2002.

CANGUILHEM, G. (1967a) Un physiologiste philosophe : Claude Bernard. In: Œuvres Complètes V. Paris : Vrin, 2018.

CANGUILHEM, G. (1967b) Du concept scientifique à la réflexion philosophique. In : Œuvres Complètes V. Paris : Vrin, 2018.

CANGUILHEM, G. (1974) Vie. In : Encyclopaedia Universalis, 23. Paris.

CANGUILHEM, G. (1987) La décadence de l´idée de progrès. Paris : Revue de métaphysique et de morale, v. 92, n° 4, 1987.

CONSANI, C.F. O conceito de vontade na filosofia política de Rousseau e Condorcet. In: Transformação, v. 41, n. 1, 2018.

DONATO, E. Georges Canguilhem : a literatura e a vida. In: Um lugar para o singular. Georges Canguilhem em perspectiva. Curitiba: Ed. CRV, 2020.

FALABRETTI, E. A linguística de Rousseau: a estrutura aberta e a potência criadora da linguagem. In: Revista Analytica, R. J.: v. 15, nº 2, 2011.

HOBBES, T. (1642) Do cidadão. S. P.: Ed. Martins Fontes, 2002.

HOBBES, T. (1650) Os elementos da lei natural e política. S. P.: Ícone Ed., 2002.

HOBBES, T. (1651) Leviatã. S. P.: Ed. Martins Fontes, 2003.

HOBBES, T. (1655) Do corpo – cálculo ou lógica. Campinas: Edunicamp, 2009.

JACOB, F. Le jeu des possibles. Paris: Ed. Fayard, 1981.

MONZANI, L. R. Desejo e prazer na idade moderna. Campinas: Edunicamp, 1995.

ROUSSEAU, J. J. O contrato social. S. P.: Ed. Martins Fontes, 1998.

ROUSSEAU, J. J. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. S. P.: Ed. Martins Fontes, 1999.

ROUSSEAU, J. J. Ensaio sobre a origem das línguas. S. P. : Ed. Abril Cultural, 1983.

SFARA, E. Introduction générale à une philosophie de l’action chez Georges Canguilhem: le concept, le contexte et les œuvres. In: Intelligere, Revista de História Intelectual, v. 2, n. 1 [2], 2016.

Downloads

Publicado

2021-12-16