Uma fundamentação empírica ao positivismo jurídico? A rota da teoria naturalizada do direito
DOI:
https://doi.org/10.5007/1677-2954.2022e91588Palavras-chave:
Brian Leiter, Filosofia do direito, Positivismo jurídico, Teoria naturalizada do direitoResumo
O objetivo do presente artigo é discutir a rota por meio da qual se vai da Teoria Naturalizada do Direito ao positivismo jurídico. Brian Leiter propõe que a naturalização da teoria jurídica fornece um fundamento empírico para o positivismo jurídico. Essa naturalização é realizada por intermédio das melhores hipóteses de ciência social disponíveis a respeito do Direito como fenômeno social. Leiter argumenta ainda que essa melhor hipótese social-científica – para ele, o modelo atitudinal para a tomada de decisão judicial – vindica um conceito (ou teoria) de Direito de tipo positivista exclusivo. Aqui eu discuto seu argumento dentro do framework da Teoria Naturalizada do Direito: enquanto eu aceite a naturalização da teoria jurídica, argumento que a rota disso ao positivismo jurídico é menos simples do que Leiter parece pensar. Seu argumento empírico é insuficiente à vindicação do positivismo exclusivo, uma vez que o modelo de ciência social escolhido está sujeito a diferentes interpretações teóricas. Se a Teoria Naturalizada do Direito vindicar o positivismo exclusivo, precisa se engajar com argumentos teóricos e conceituais para além dos empíricos.
Referências
ARRUDA, T. N. de. Direito e objetividade: a viabilidade do projeto de naturalização do direito por Brian Leiter. Tese (Doutorado em Direito) Faculdade de Direito, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015.
BRITO JÚNIOR, V. M. Teoria Naturalizada do Direito: um debate metodológico com Brian Leiter e seus críticos. Dissertação (Mestrado em Direito) Instituto de Ciências Jurídicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2017.
BRITO JÚNIOR, V. M. A Filosofia Analítica do Direito é Etnograficamente Limitada? In: Revista Direito GV, v. 14, n. 1, 2018. 49-78
CUMMINS, R. Reflection on Reflective Equilibrium. In: DEPAUL, M. & RAMSEY, W. (orgs.). Rethinking Intuition: The Psychology of Intuition and Its Role in Philosophical Inquiry. Lanham, Maryland: Rowman & Littlefield, 1998, 113-128.
DICKSON, J. On Naturalizing Jurisprudence: Some Comments on Brian Leiter's View of What Jurisprudence Should Become. In: Law and Philosophy, v. 30, n. 4, 2011. 477-497.
LEITER, B. Naturalizing Jurisprudence: Essays on American Legal Realism and Naturalism in Legal Philosophy. New York: Oxford University Press, 2007.
LEITER, B. Naturalizing Jurisprudence: Three Approaches. In: KURTZ, P.; SHOOK J. The Future of Naturalism. Prometheus Books: New York, 2009. Disponível em: <http://www.law.uchicago.edu/files/files/pl246.pdf> Acesso em 05/12/2015.
LEITER, B.; WEISBERG, M. Why Evolutionary Biology Is (So Far) Irrelevant to Legal Regulation. In: Law and Philosophy, v. 29, n. 1, 2010. 31-74.
LEITER, B. Naturalized Jurisprudence and American Legal Realism Revisited. In: Law and Philosophy, v. 30, n. 4, 2011. 499-516.
LEITER, B. Naturalism in Legal Philosophy. In: ZALTA, E. (ed.). Stanford Encyclopedia of Philosophy, 2012. Disponível em: http://plato.stanford.edu/entries/lawphil-naturalism/ Acesso em 29/12/2014
LEITER, B. Why Legal Positivism (Again)? University of Chicago. In: Public Law Working Paper No. 442, 2013. Disponível em: https://chicagounbound.uchicago.edu/public_law_and_legal_theory/685/ Acesso em: 28/10/2022.
POSNER, R. A. How Judges Think. Cambridge: Harvard University Press, 2010.
RAPPAPORT, A. J. On the Conceptual Confusions of Jurisprudence. In: Washington University Jurisprudence Review, v. 7, n. 1, 2014. 77-106.
SEGAL, J. A.; SPAETH, H. J. The Supreme Court and the Attitudinal Model. New York: Cambridge University Press, 1993.
SEGAL, J. A; SPAETH, H. J. The Supreme Court and the Attitudinal Model Revisited. Cambridge: Cambridge University Press, 2002.
TAMANAHA, B. Z. A General Jurisprudence of Law and Society. Oxford: Oxford University Press, 2001a.
TAMANAHA, B. Z. Socio-Legal Positivism and a General Jurisprudence. In: Oxford Journal of Legal Studies, v. 21, n. 1, 2001b. 1-32.
TAMANAHA, B. Z. What is ‘General’ Jurisprudence? A Critique of Universalistic Claims by Philosophical Concepts of Law. In: Transnational Legal Theory, v. 2, n. 3, 2011. 287-308.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
This obra is licensed under a Creative Commons Atribuição-NãoComercial-SemDerivações 4.0 Internacional