Kant e o teste de vacinas experimentais em seres humanos

Autores

  • Maria de Lourdes Borges Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, S. C., Brasil

DOI:

https://doi.org/10.5007/1677-2954.2023.e98450

Palavras-chave:

Palavras-chave: vacina, Kant, experiência, virtude, testes de desafio humano

Resumo

Neste artigo, analisarei a posição kantiana sobre a vacinação da varíola e discutirei as questões morais relativas aos testes de vacinas em seres humanos. A vacinação da varíola na época de Kant foi uma nova forma de combater a doença que matou milhares de pessoas na Europa. Como sua segurança não foi comprovada definitivamente, pode-se considerá-la uma vacina experimental. Kant se pergunta se se deve tomar a vacina ou não.  Kant não dá uma resposta definitiva à pergunta, mas se refere a ela na Metafísica dos Costumes (MS, AA 6:424). A partir do exemplo de Kant, tentarei formular as questões morais envolvidas no teste de vacinas experimentais em seres humanos. Vou tentar responder às perguntas: Quando uma vacina experimental deve ser testada em seres humanos? Existe o dever de tomar uma vacina experimental para ajudar a humanidade? E o último- mas não menos importante: é moralmente aceitável o pagamento para pessoas que se submetem a tomar medicação ou vacina experimentais? Tentarei responder a essas questões a partir da teoria moral kantiana.

Biografia do Autor

Maria de Lourdes Borges, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, S. C., Brasil

Possui graduação em Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1984) , especialização em DEA Philosophie pela Université Paris 1 (Panthéon-Sorbonne) (1991) , mestrado em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1990) , doutorado em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (1996) , pós-doutorado pela University of Pennsylvania (2000) e pós-doutorado pela Humboldt-Universitat zu Berlin (2007) e pela Columbia University |(2014). Atualmente é Professora Titular da Universidade Federal de Santa Catarina e Secretária de Cultura e Arte da UFSC da Universidade Federal de Santa Catarina. Tem experiência na área de Filosofia,com ênfase em Ética, estudos kantianos e filosofia feminista.

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Publicado

2024-03-11

Edição

Seção

Dossiê Bioética, Justiça Distributiva e Pandemias