A CEPAL originária: entre as “amarras” dos Estados Unidos e as críticas à sua teorização
DOI:
https://doi.org/10.5007/2177-5230.2023.e91328Palavras-chave:
CEPAL, América Latina, Subdesenvolvimento, Estados Unidos, Teoria EconômicaResumo
O artigo discute as “amarras” nas quais a Comissão Econômica para América Latina e Caribe (CEPAL) foi criada, a fim de entender como a Comissão conseguiu se libertar de algumas das linhas estratégicas que lhe estavam traçadas. A análise de atas de reuniões e cartas do ano de sua criação (1948) permite observar que era esperado que ela tivesse certa “comunhão” com outras instituições sob tutela dos Estados Unidos, igualmente criadas no pós-Segunda Guerra Mundial, como FMI e OEA, e signatárias da teoria neoclássica. Em seguida, são discutidas as principais contribuições que justamente distanciaram a CEPAL do mainstream e debater por que, mesmo assim, a Comissão foi acusada de se circunscrever à teoria neoclássica nas críticas que recebeu de Octavio Rodríguez, economista da própria CEPAL, além de resgatar a resposta dada a ele, numa espécie de tréplica, por Prebisch.
Referências
BIELSCHOWSKY, R. Pensamento econômico brasileiro: o ciclo ideológico do desenvolvimentismo. Rio de Janeiro: Contraponto, 2004.
BLOCK, F. L. Las Orígenes del desorden económico internacional: la política monetária internacional de los Estados Unidos, desde la segunda Guerra Mundial hasta nuestros días. México: Fondo de Cultura Económica, 1980.
CARDOSO, F. H. As ideias e seu lugar: ensaios sobre as teorias do desenvolvimento. Petrópolis: Editora Vozes/co-edição Cebrap, 1980.
CARDOSO, F. H.; FALETTO, E. Dependência e Desenvolvimento na América Latina: ensaio de interpretação sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1970.
CEPAL. (1953) Introdução à técnica de planejamento, 2000. In: BIELSCHOWSKY, R. (Org.). Cinquenta anos de pensamento na Cepal. Rio de Janeiro: Record, 2000, Vol. I.
FRIEDMAN, M. Inflação: suas causas e consequências. Editora Expressão e Cultura, 1969.
FURTADO, C. O mito do desenvolvimento econômico. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1974.
FURTADO, C. Prefácio a nova economia política. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1976.
FURTADO, C. A Fantasia organizada. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1985.
HIRSCHMAN, A. Ideologias do desenvolvimento econômico na América Latina. In: HIRSCHMAN, A. (Org.) Monetarismo vs. Estruturalismo: um estudo sobre a América Latina. Rio de Janeiro: Lidador, 1967.
JURGENFELD, V. F. Teoria do subdesenvolvimento de Celso Furtado: criatividade e contraposição a interpretações neoclássicas. Tese de doutorado. IE/Unicamp. 2018. Disponível em: http://acervus.unicamp.br/mobile/detalhe.asp?idioma=ptbr&acesso=web&codigo=1063964&tipo=1&detalhe=0&busca=0.
KAY, C. Latin American theories of development and underdevelopment. Londres, Nova York: Routledge, 1989.
LIST, F. (1841) Sistema nacional de economia política. São Paulo, Abril Cultural, 1983.
MALLORQUÍN, C. O pensamento econômico latino-americano: entrevista de Celso Furtado a Carlos Mallorquín. Novos Estudos Cebrap, n. 41, 1995.
MANOILESCO, M. (1929) Theoria do proteccionismo e da permuta internacional. São Paulo: Centro das Indústrias do Estado de São Paulo, 1931.
MELLO, J. M. C. (1975) O capitalismo tardio. São Paulo: Editora Unesp, 2009.
O’CONNEL, A. O retorno da vulnerabilidade e as reflexões iniciais de Raúl Prebisch sobre “el ciclo económico argentino”. Revista Economia e Sociedade, Campinas (16): 1-26, jun/2001.
OLIVEIRA, F. (1972). Crítica à razão dualista. São Paulo: Boitempo Editorial, 2013.
POLLOCK, D.; KERNER, D; LOVE, J. Raúl Prebisch on ECLAC’s achievements and deficiencies: an unpublished interview. Cepal Review, 75, 2001.
PREBISCH, R. 1949. O desenvolvimento econômico da América Latina e alguns dos seus problemas principais. In: BIELSCHOWSKY, R (Orgs.). Cinquenta anos de pensamento na Cepal. Rio de Janeiro: Record, Vol.1, 2000.
BIELSCHOWSKY, R. El falso dilema entre desarrollo económico y estabilidade monetaria. Boletin Economico de America Latina. Vol. VI, n.1, mar/1961.
PREBISCH, R. Hacia una dinámica del desarrollo latinoamericano. México: Fondo de Cultura Económica, 1963.
PREBISCH, R Prefácio. In: RODRÍGUEZ, O. Teoria do Subdesenvolvimento da Cepal. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1981.
PREBISCH, R. Cinco etapas de mi pensamiento sobre el desarrollo. El Trimestre Económico, México, v. 50, n. 198, 1987.
Disponível em: http://repositorio.cepal.org/handle/11362/2610. Acesso em 24 de fevereiro de 2022.
RIST, G. The history of development: from Western origins to global faith. London: Zed Books, 2008.
RODRIGUES, C. H. L. A questão do protecionismo no debate entre Roberto Simonsen e Eugênio Gudin. Dissertação de Mestrado. Instituto de Economia/Unicamp, 2005.
RODRÍGUEZ, O. Teoria do Subdesenvolvimento da Cepal. Rio de Janeiro: Forense-Universitaria, 1981.
RODRÍGUEZ, O. Las interpretaciones del desarrollo de América Latina. Notas de classe. Ilpes, programa de capacitacion, n/d.
SCHLESINGER, C. S. The act of creation: the founding of the United Nations. EUA: Westview Press, 2004.
SINGER, H. The distribution of gains between investing and Borrowing countries. America Economic Review, maio, 1950, 472-499 pp.
SUNKEL, O. (1958) A inflação chilena: um enfoque heterodoxo. IN: BIELSCHOWSKY, R. (Orgs.). Cinquenta anos de pensamento na Cepal. Rio de Janeiro: Record, Vol.1, 2000.
TAVARES, M. C.; SERRA, J. (1971). Além da Estagnação. In: SERRA, J. (Orgs.). Ensaios de interpretação econômica. Paz e Terra: Rio de Janeiro, 1979.
VÁSQUEZ, J. N. (1956) Inflação e desenvolvimento econômico no Chile e no México. IN: BIELSCHOWSKY, R. (Orgs.). Cinquenta anos de pensamento na Cepal. Rio de Janeiro: Record, Vol.1, 2000.
WACHTEL, H. M. Os mandarins do dinheiro: as origens da nova ordem econômica supranacional. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1988.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.