Os efeitos da globalização nas economias brasileira e chinesa: a importância das políticas internas

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2177-5230.2020v35n77p321

Resumo

Este trabalho tem como objetivo analisar os efeitos do processo de globalização nas economias brasileira e chinesa. A tese central é que a globalização e seus desdobramentos representaram riscos, mas também oportunidades aos países em desenvolvimento que poderiam ser aproveitadas por meio da condução das políticas internas. Ademais, utilizam-se indicadores construídos a partir do valor adicionado doméstico nas exportações e o índice de complexidade econômica. De modo geral, notou-se que o aumento da participação nas cadeias globais de valor não implicou transformação estrutural para as duas economias, isto é, enquanto a economia chinesa busca superar o path dependence e utilizar a globalização como uma “janela de oportunidade”, via diversificação produtiva, o Brasil caminha para outros rumos.

Biografia do Autor

Caroline Giusti Araújo, Universidade Estadual de Campinas

Doutoranda em Política Científica e Tecnológica no Instituto de Geociências da Unicamp. Área de economia industrial e da inovação.

Antônio Carlos Diegues, Professor Doutor no Instituto de Economia da Unicamp.

Coordenador do Núcleo de Economia Industrial e da Tecnologia do Instituto de Economia da Unicamp. Área de economia industrial.

Referências

AGLIETTA, M. e BAI, G. China’s Development: Capitalism and empire. London & Nova York: Routledge. 2013. Caps 3 e 4.

ARAÚJO, C. G; BRANDÃO, C. M; DIEGUES, A. C. A s transformações no modelo de desenvolvimento econômico chinês: de Deng Xiaoping ao período atual. Economia Ensaios, Uberlândia, 33(1): 1-40, Jul./Dez. 2018.

ARAÚJO, C. G.; DIEGUES, A. C. Uma análise do processo de catching up chinês e falling behind brasileiro na perspectiva da integração internacional às cadeias globais de valor de valor. Brazilian Journal of Development. Vol 5, nº 1, 2019.

AREND, M. A industrialização do Brasil ante a nova divisão internacional do trabalho. Texto para Discussão, Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 2015.

BALASSA, B. Trade liberalization and revealed comparative advantage. Manchester School of Economics and Social Studies, v.33, n. 2, p. 99- 123, maio.1965.

BELLUZZO, L. G. A internacionalização recente do regime do capital. Campinas: CESIT/IE/UNICAMP – Carta Social e do Trabalho 27 – julho/setembro de 2014.

BERALDO, L. A China no século XXI: alguns apontamentos sobre sua inserção nas cadeias globais de valor e sobre a internacionalização de seus capitais. Encontro Nacional de Economia Política. Campinas, 2017.

BRESSER-PEREIRA, L. C.; MARCONI, N. Existe Doença Holandesa no Brasil? In: BRESSER-PEREIRA, L. C. (Org.). Doença holandesa e indústria (coletânea). Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010.

BRITTO, G., ROMERO, J., FREITAS, E., COELHO, C. The great divide: Economic complexity and development paths in Brazil and South Korea. Conference paper. ABEIN. 2016.

CARVALHO, V. R. S. A restrição externa e a perda de dinamismo da economia brasileira: investigando as relações entre estrutura produtiva e crescimento econômico. Encontro ANPEC, 2007.

CASSIOLATO, J. E; PODCAMENI, M. G. B. As políticas de ciência, tecnologia e inovação na China. In: China em transformação: Dimensões econômicas e geopolíticas do desenvolvimento. IPEA, 2015.

COEHN, W. M..; LEVINTHAL, D. A. Absorptive capacity: a new perspective on learning and innovation. Administrative science quarterly, 1990.

CUNHA, S. F.; XAVIER, C. L. Fluxos de investimento direto externo, competitividade e conteúdo tecnológico do comércio exterior da China no início do século XXI. Revista de Economia Política, vol. 30, nº 3 (119), pp. 491-510, 2010.

DALLAVERDE, T. Estrutura produtiva e complexidade. Dissertação apresentada ao programa de Desenvolvimento Econômico da Universidade Federal do Paraná, 2017.

DIEGUES, A. C.; ROSSI, C. G. Além da desindustrialização: transformações no padrão de organização e acumulação da indústria em um cenário de ‘Doença Brasileira’. Texto para discussão. Instituto de Economia da Unicamp. 2017.

EUROPEAN CHAMBER. China manufacturing 2025: Putting industrial policy ahead of market forces (2017). Disponível em: http://docs.dpaq.de/12007-european_chamber_cm2025-en.pdf. Acesso em: 20 maio 2018

GEREFFI, G., STURGEON, T. e HUMPRHEY, J. The governance of global value chains. Review of international political economy, 12:1. 2005

HAUSMANN, R. et al. The Atlas of Economic Complexity: mapping Paths to Prosperity. Cambridge, MA: Harvard University, 2011. 368 p. 2013.

HERMIDA, C. C. Padrão de especialização comercial e crescimento econômico: uma análise sobre o Brasil no contexto da fragmentação da produção e das cadeias globais de valor. Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Economia do Instituto de Economia da Universidade Federal de Uberlândia, 2016.

KOOPMAN, R.; WANG, Z.; WEI, S. Tracing value-added and double counting in gross exports. NBER WORKING PAPER SERIES, no 18579. Cambridge: [s.n.], 2012.

LALL, S. Globalização e desenvolvimento: perspectivas para as nações emergentes. Desenvolvimento em debate. 2002.

LI, L. China's manufacturing locus in 2025: With a comparison of “Made-in China 2025” and “Industry 4.0”, 2018.

MARCATO, M. B. Trade integration in a vertically fragmented production structure: Theory, metrics, and effects. Tese de Doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências Econômicas, área de concentração: Teoria Econômica do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas, 2018.

MASIERO, G.; COELHO, D. B. A política industrial chinesa como determinante da estratégia going global. Revista de Economia Política, v. 34, n. 1, 2014.

MEDEIROS, C. A. Padrões de investimento, mudança institucional e transformação estrutural na economia chinesa. In CGEE. Padrões de Desenvolvimento Econômico (1950–2008): América Latina, Ásia e Rússia - Volume 2. 2013.

MILARÉ, L.F.L. O processo de industrialização chinesa: uma visão sistêmica. 2011. 176 f. Dissertação (Mestrado em Economia) – Universidade Federal de São Carlos, Sorocaba, 2011.

MORCEIRO, P. et al. Conteúdo Importado na Produção Industrial e na Demanda Final do Brasil Recente: uma proposta de indicadores de importação e de conteúdo nacional/estrangeiro. In: Anais do XL Encontro Nacional de Economia ANPEC-Associação Nacional dos Centros de Pós-graduação em Economia, 2014.

OECD. Structural Adjustment and Economic Performance. Paris: Organization for Economic Cooperation and Development. 1987.

ORTUSO, A. C. O Brasil e as cadeias globais de produção. Campinas: CESIT/IE/UNICAMP – Carta Social e do Trabalho 27 – julho/setembro de 2014.

PALMA, Gabriel. Latin America during the second half of the century: From the “age of extremes” to the age of “end-of-history” uniformity. 2004.

SARTI, F.; HIRATUKA, C. Indústria mundial: mudanças e tendências recentes. Campinas: Unicamp. IE, 2010. 34p. Texto para Discussão, n.186, 2010. SARTI, F.; HIRATUKA, C. Desempenho recente da indústria brasileira no contexto de mudanças estruturais domésticas e globais. Campinas: Unicamp. IE, 2017.

SARTI, F.; LAPLANE, M. F. O investimento direto estrangeiro e a internacionalização da economia brasileira nos anos 1990. Economia e Sociedade, v. 11, n. 1, p. 63-94, 2002.

TAGLIONI, D.; WINKLER, D. Making global value chain work for development. Economic Premise. Word Bank. Number 143. 2014. Disponível em: www.worldbank.org/economicpremise. Acesso em: 01 abr 2018.

OECD. Trade in Value Added. Disponível em: http://stats.oecd.org/index.aspx?r=59951&erroCode=403&lastaction=login_submit#. Acesso em: 04 abr. 2018.

WANG, L. Comparative research on Germany “Industrie 4.0” and “Made in China 2025”. 2016.

WILLIAMSON, J. Nossa agenda e o Consenso de Washington. In: WILLIAMSON, J.; KUCZINSKI, P. (org.) Depois do Consenso de Washington: retomando o crescimento e a reforma na América Latina. São Paulo. Saraiva, 2004.

Downloads

Publicado

2020-12-07