Topofobia e topofilia em Vidas Secas: uma análise ecocrítica da obra de Graciliano Ramos
DOI:
https://doi.org/10.5007/2177-5230.2023.e85366Palavras-chave:
Geografia Humanista, Literatura Brasileira, Ecocrítica, Análise do Discurso, InterdisciplinaridadeResumo
Em 1938, Graciliano Ramos publica a obra Vidas Secas que se enquadra no Modernismo brasileiro, pondo em evidência a vida trágica do retirante. Esta pesquisa tem como objetivo investigar, sob o método da Análise do Discurso de Linha Francesa e da perspectiva Ecocrítica - que estuda as imbricações entre a Literatura e a Ecologia -, as relações homem-ambiente e as representações do sertanejo e do sertão que o autor delineia, dialogando, também, com o sentimento humano que é despertado na interlocução com o lugar e com o ambiente, tendo em vista os conceitos de topofobia – aversão ao ambiente físico - e topofilia – familiaridade ou apego. Os discursos presentes na narrativa demonstram o sentimento de horror à Caatinga (topofobia), num tom de crítica social, em virtude dos problemas decorrentes da seca.
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