Corpo e cidade no comércio senegalês em Santa Maria (RS)
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8034.2021.e74775Resumo
Este artigo trata da venda de rua senegalesa em Santa Maria (RS, Brasil), procurando responder à seguinte pergunta: de que forma os vendedores de rua senegaleses estabelecidos em Santa Maria lidam com a constante perspectiva de perda de mercadorias frente às ações da fiscalização municipal?. Partindo de uma pesquisa etnográfica desenvolvida entre agosto de 2016 e dezembro de 2017, procuramos perseguir dois objetivos principais: (i) descrever o aprendizado da investigação empírica na identificação e interpretação social e histórica do fenômeno considerado; (ii) descrever a relação corporal estabelecida por tais senegaleses com a materialidade urbana presente em seus espaços de trabalho irregular. Propomos que a forma prática pela qual os senegaleses concebiam tal materialidade urbana constituía o que chamamos de “saber estar”, um conjunto de conhecimentos políticos de vigilância, antecipação, evasão e precaução dispendidos a fim de evitar a apreensão de mercadorias pelos fiscais públicos.
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