“Posso falar?”: perspectivas em torno do uso de Ritalina em contexto escolar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8034.2023.e85667

Palavras-chave:

Ritalina, TDAH, Atenção, Escola, Comportamento

Resumo

Neste artigo apresento e discuto perspectivas escolares (de estudantes, professores e responsa?veis) sobre prescric?o?es e usos de Ritalina (nome comercial do cloridrato de metilfenidato) como tratamento para o Transtorno do De?ficit de Atenc?a?o e Hiperatividade (TDAH). Parto de considerac?o?es transversais de um trabalho de campo etnogra?fico em uma escola pu?blica do Rio de Janeiro, com durac?a?o de um ano (do segundo semestre de 2017 ao primeiro de 2018), cuja discussa?o aprofundo a partir de um estudo de caso proveniente do mesmo campo. Discuto atravessamentos entre atenc?a?o e comportamento no cotidiano escolar, enfatizando seus pontos de contato na realidade (mu?ltipla) constitui?da em torno do uso do referido medicamento.

Biografia do Autor

Mario Pereita Borba, Federal University of Rio de Janeiro

Doutor em Antropologia pela Universidade Federal Fluminense, Mestre em Psicologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Pesquisador associado ao Laboratório de Etnografias e Interfaces do Conhecimento (LEIC-UFRJ).

Referências

BARROS, Denise. Aprimoramento cognitivo farmacológico: grupos focais com universitários. 2009. 118p. Dissertação (Mestrado em Ciências Humanas e Saúde, Epidemiologia, Política, Planejamento e Administração em Saúde, Administra) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2009.

BARROS, Denise; ORTEGA, Francisco. Metilfenidato e aprimoramento cognitivo farmacológico: representações sociais de universitários. Revista Saúde e Sociedade, [s.l.], v. 20, p. 176-182, 2011.

BEZERRA JR., Benilton. A psiquiatria e a gestão tecnológica do bem-estar. In: FREIRE FILHO, João (org.). Ser feliz hoje: reflexões sobre o imperativo da felicidade. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2010. p. 117-134.

BONET, Octavio. Itinerações e malhas para pensar os itinerários de cuidado: a propósito de Tim Ingold. Sociologia & Antropologia, [s.l.], v. 4, n. 2, p. 327-350, 2014.

BONET, Octavio; TAVARES, Fátima. O cuidado como metáfora nas redes da prática terapêutica. In: PINHEIRO, Roseni; MATTOS, Ruben. Razões públicas para a integralidade: o cuidado como valor. Rio de Janeiro: IMS/UERJ; CEPESC; ABRASCO, 2007. p. 263-277.

BORBA, Mario. Entre produtividades, compassos e dispersões: mobilizações de atenção e cuidado no cotidiano escolar. 2019. 263p. Tese (Doutorado em Antropologia) – Universidade Federal Fluminense, Niterói, 2019.

BUTLER, Judith. Quadros de guerra: quando a vida é passível de luto? Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2015.

CARNEIRO, Henrique. Autonomia e heteronomia nos estados alterados de consciência. In: LABATE, Beatriz et al. (org.). Drogas e cultura: novas perspectivas. Salvador: EdUFBA, 2008. p. 65-89.

COELHO, Eleonora. O consumo do medicamento Ritalina® e a produção do aprimoramento circunstancial. 2016. 148p. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2016.

CONRAD, Peter. The medicalization of society: on the transformation of human conditions into treatable disorders. Baltimore: John Hopkins University Press, 2007.

CRARY, Jonathan. Suspensões da percepção: atenção, espetáculo e cultura moderna. São Paulo: Cosac Naify, 2013.

DELEUZE, Gilles. Diálogos. São Paulo: Escuta, 1998.

DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia 2. São Paulo: Editora 34. 2011.

FERREIRA, Cláudia Itaborahy. A Ritalina no Brasil: uma década de produção, divulgação e consumo. 2009. 128p. Dissertação (Mestrado em Ciências Humanas e Saúde, Epidemiologia, Política, Planejamento e Administração em Saúde, Administra) – Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2009.

FIORE, Maurício. Prazer e Risco: uma discussão a respeito dos saberes médicos sobre uso de “drogas”. In: LABATE, Beatriz et al. (org.). Drogas e cultura: novas perspectivas. Salvador: EdUFBA, 2008. p. 141-154.

HARAWAY, Donna. Manifesto ciborgue: ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX. In: TADEU, Tomaz (org.). Antropologia do ciborgue: as vertigens do pós- humano. Tradução de Tomaz Tadeu. Belo Horizonte: Autêntica, 2009. p. 33-118.

MAIA, Igor. Disputas em torno da Ritalina: uma análise sobre diferentes possibilidades de um fármaco. 2017. 136p. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2017.

MOL, Annemarie. The body multiple: ontology in medical practice. Duke University Press: London, 2002.

PIGNARRE, Philippe. O que é o medicamento? Um objeto estranho entre ciência, mercado e sociedade. São Paulo: Editora 34, 1999.

ROSE, Nikolas. The neurochemical self and its anomalies. In: ERICSON, R. (ed.). Risk and Morality. Toronto: University of Toronto Press, 2003. p. 407-437.

SCHUCH, Patrice. Antropologia entre o inesperado e o inacabado: entrevista com João Biehl. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, v. 22, n. 46, p. 389-423, 2016.

VARGAS, Eduardo. Fármacos e outros objetos sócio-técnicos: notas para uma genealogia das drogas. In: LABATE, Beatriz et al. (org.). Drogas e cultura: novas perspectivas. Salvador: EdUFBA, 2008. p. 41-64.

Downloads

Publicado

2023-09-23

Como Citar

PEREITA BORBA, Mario. “Posso falar?”: perspectivas em torno do uso de Ritalina em contexto escolar. Ilha Revista de Antropologia, Florianópolis, v. 25, n. 3, 2023. DOI: 10.5007/2175-8034.2023.e85667. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ilha/article/view/85667. Acesso em: 10 maio. 2024.

Edição

Seção

Artigos