A reação contra a descolonização da intelectualidade
Abstract
A questão principal levantada aqui é: Como podemos compreender, em termos sociológicos, uma estética amazônica do igualitarismo, na qual encontramos uma consciência do poder bem desenvolvida e uma rica expressão poética? Proponho que é necessária uma profunda revisão da nossa noção do "sociológico" para conseguirmos os instrumentos conceituais necessários à tarefa de capturar a dignidade do igualitarismo amazônico. Em anos recentes, a crítica "pós-colonial" que, dentro e fora da antropologia, tem trabalhado para o descentramento das "grandes narrativas" da Sociedade, foi especialmente produtiva para este fim. Enquanto a sabedoria do pensamento social moderno colocava toda a riqueza do "viver" e da "vida diária" fora dos limites das "Sociedades", algo além da palidez do propriamente "sociológico", muitos críticos pós-coloniais vêem a poética como central ao social. Seguindo esta visão, traz-se o exemplo do uso do gênero do grotesco nas narrativas Piaroa (um povo da bacia do Orinoco), cuja preocupação política é revelar códigos de decoro e artes da "Folia", ativando uma sociabilidade agradável, e desautorizando uma "hubris" tirânica.Downloads
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