Antropologia e Arte: uma relação de amor e ódio

Autores

  • Elsje Maria Lagrou Universidade Federal do Rio de Janeiro

Resumo

Nos últimos anos as relações entre estética, arte e antropologia voltaram a ser assunto de acalorado debate. Ninguém expressou melhor, em vida e obra, a relação ambígua existente, desde a origem, entre a antropologia e a arte moderna. Se Marcus e Myers chamam a atenção para suas semelhanças, ambas se caracterizam pela vocação e por seu fascínio pela alteridade, Gell afirma categoricamente que a antropologia social moderna é “essencialmente, constitucionalmente, anti-arte”. Por esta razão, ainda segundo Gell, o objetivo da antropologia da arte deveria ser sua dissolução. Argumento similar foi sustentado por Overing e Gowm em debate sobre a viabilidade trans-cultural do conceito de ‘estética’. Mais tarde Gell proporá, na última obra de sua vida – Art and Agency, uma saída para este dilema. Minha intenção neste paper é de refletir tanto sobre o atual interesse teórico desta ambigüidade expressa, como sobre a possível saída do dilema proposto por Gell.

Biografia do Autor

Elsje Maria Lagrou, Universidade Federal do Rio de Janeiro

Els Lagrou é Professora do Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA), IFCS/UFRJ; bolsista do CNPq; doutora em Antropologia Social pela University of St. Andrews e pela Universidade de São Paulo; mestre em antropologia social pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e mestre em História Contemporânea pela Universidade Católica de Louvain (Leuven) (KUL). Publicou A Fluidez da Forma, arte, alteridade e agência em uma sociedade ameríndia (kaxinawa) (Topbooks, 2007), assim como artigos em revistas e livros, no Brasil e no exterior, sobre temas relacionados à antropologia da arte, das imagens, dos objetos, das emoções, do xamanismo e das filosofias sociais ameríndias. Desenvolve pesquisa de campo entre os Kaxinawa do rio Purus na fronteira com Brasil desde 1989. Seus interesses atuais de pesquisa incluem arte, alteridade e relação entre os ameríndios (CNPq), "No caminho da miçanga: estudo comparativo do uso da miçanga entre populações ameríndias" (Faperj) e A peleja no imaginário figurativo em Juazeiro do Norte (PROCAD). Coordena pesquisa em convênio com o Museu do Índio, "Construindo culturas, documentando tradições". É membro do Comité de gestion scientifique du GDRI (Groupement de Recherche International), Anthropologie et Histoire des arts , du Musée Quai Branly/CNRS/Laboratoire d Anthropologie Sociale College de France; membro do convênio CAPES/COFECUB (2006-2008): Projeto Arte, Imagem e Memória: Horizontes de uma antropologia da imagem e da cognição , entre o PPGSA e PPGAS (UFRJ) da UFRJ e a École des Hautes Études en Sciences Sociales, Laboratoire d'Anthropologie Sociale (CNRS/Collège de France) e Musée du Quai Branly (Paris); é correspondente internacional da revista Gradiva (Quai Branly); participa do projeto PROCAD Conflitos sociais, política e identidades culturais , com o Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Ceará (UFC); é pesquisador associado ao grupo de pesquisa do laboratório de antropologia simétrica (linha de pesquisa Ontologias relacionais e subjetivação perspectivista).

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Publicado

2003-01-01

Como Citar

LAGROU, Elsje Maria. Antropologia e Arte: uma relação de amor e ódio. Ilha Revista de Antropologia, Florianópolis, v. 5, n. 2, p. 093–113, 2003. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ilha/article/view/15360. Acesso em: 16 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos