Moscas e Vermes na Ciência

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8034.2021.e68281

Resumo

Vários estudos sobre cultura material da ciência reconstituem processos de escolha e transformação de determinados organismos em modelo experimental nas ciências da vida. São narradas suas trajetórias no laboratório e a formação de sistemas experimentais em que eles se conectam com dispositivos, questões e instituições científicas. Tais histórias tratam do modo como organismos vivos foram moldados, padronizados e se converteram em instrumentos preferenciais para certos tipos de investigação. Isso aconteceu com a drosófila na pesquisa em genética, para Kohler; com o verme C. elegans na biologia molecular, para Chadaverian. O presente artigo traz uma releitura e uma nova versão desses estudos enfatizando a contribuição dos organismos, seus corpos e comportamentos para as pesquisas. Mas se trata menos de contar a história do ponto de vista dos animais, do que de mostrar como humanos e outros vivos se moldaram e afetaram reciprocamente na ciência.

Biografia do Autor

Iara Maria de Almeida Souza, Universidade Federal da Bahia

Porfessora do Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais da UFBA, desenvolve pesquisa nas áreas de antropologia da ciência e relação humano animal.

Referências

CASSIDY, Rebeca; MULLIN, Molly. Where the wild things are now: domestication reconsidered. Oxford: Berg, 2007.

CHADAREVIAN, Soraya. Of Worms and Programmes: Caenorhabditis Elegans and the Study of Development. Studies in History and Philosophy of Biological and Biomedical Sciences, Vol. 29, No. 1, pp. 81–105, 1998.

CLARKE, Adele; FUJIMURA, Joan. The Right tools for the job: at work in twentieth-century life sciences. Princeton: Princeton University Press, 1992.

CREAGER, Angela. The Life of a Virus – Tobacco Mosaic Virus as an Experimental Model, 1930 – 1965. Chicago: The University Chicago Press, 2002.

KOHLER, R. E. Lords of the Fly: Drosophila Genetics and the Experimental Life. Chicago: University of Chicago Press. 1994.

KOHN, Eduardo. How Forests Think: toward an anthropology beyond the human. Berkeley: University of California Press, 2013. 267 p.

KNORR-CETINA, Karin. (1997). Sociality with Objects – Social Relations in Postsocial Knowledge Societies. Theory, Culture and Society, Vol. 14(4): 1 -30.

LANDECKER, Hannah. Culturing life: How Cells Became Technologies. Cambridge: Harvard University Press, 2007.

LATOUR, Bruno. Reagregando o Social. Salvador: Edufba, Edusc, 2012.

LOGAN, Cheryl A. ‘Before There Were Standards: The Role of Test Animals in the Production of Empirical Generality in Physiology’. Journal of the History of Biology, 35(2): 329–63, 2002.

LÖWY, Ilana; GUADILLIERE, Jean-Paul. Disciplining Cancer: Mice and the Practice of Genetic Purity. In The Invisible Industrialist - Manufactures and the Production of Scientific Knowledge, organizado por Jean-Paul Guadilliere e Ilana Löwy. New York: PALGRAVE MACMILLAN, 1998.

NIMMO, Richie. Actor-network theory and methodology: social research in a more-than-human world. Methodological Innovations Online, 6(3) 108-119, 2011.

PICKERING, Andrew. The Mangle of Practice – Time, Agency & Science. Chicago: The University of Chicago Press, 1995.

RADER, Karen A. Making Mice: Standardizing Animals for American Biomedical Research, 1900–1955. Princeton: Princeton University Press, 2004.

RHEINBERGER, H. J. Toward a history of epistemic things: Synthesizing proteins in the test tube. Stanford: Stanford University Press, 1997.

STENGERS, Isabelle. 2011. Comparison as a Matter of Concern. Common Knowledge, 17 (1): 48-63.

TSING, Anna Lowenhaupt. Viver nas Ruínas: paisagens multiespécies no Antropoceno. Brasília: IEB Mil Folhas, 2019.

Downloads

Publicado

2021-06-16

Como Citar

SOUZA, Iara Maria de Almeida. Moscas e Vermes na Ciência. Ilha Revista de Antropologia, Florianópolis, v. 23, n. 2, p. 27–46, 2021. DOI: 10.5007/2175-8034.2021.e68281. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ilha/article/view/68281. Acesso em: 19 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos