A política dos lados: produção da alteridade na TI São Jerônimo.
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8034.2022.e70652Palabras clave:
Kaingang, Mbyá, Kaiowá e Xetá, Políticas Indígenas, Aldeamentos Indígenas, Terra Indígena São Jerônimo (PR)Resumen
Este artigo, escrito a quatro ma?os, se debruc?a sobre processos contempora?neos e histo?ricos das poli?ticas de alteridade dos Kaingang, Xeta?, Guarani Mbya?, N?andeva e Kaiowa?, habitantes da Terra Indi?gena Sa?o Jero?nimo (Parana?). Buscamos construir uma aproximac?a?o entre as dina?micas da poli?tica atual da Terra Indi?gena Sa?o Jero?nimo (TI), marcada pela divisa?o em dois lados distintos e os processos intertribais descritos no contexto dos aldeamentos indi?genas do peri?odo do II Reinado (1844-1889), ana?lise que leva em conta o teor das poli?ticas indigenistas do Impe?rio e da Repu?blica. Atualmente, existe na Terra Indi?gena Sa?o Jero?nimo o lado kaingang e o lado guarani, sendo que a dina?mica entre os lados na gesta?o do territo?rio nos revela aspectos importantes das relac?o?es ali estabelecidas. Apesar das numerosas descontinuidades impostas pelas poli?ticas indigenistas, pensamos que a dina?mica dos lados e? um procedimento de construc?a?o do parentesco, que envolve a reclassificac?a?o do dualismo je?, assim como outros processos de produc?a?o da alteridade local.
Citas
AMOROSO, Marta. Catequese e evasão: etnografia do aldeamento indígena de São Pedro de Alcântara, Paraná (1855-1895). 1998. 200p. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo – FFLCH/USP, São Paulo, 1998.
AMOROSO, Marta. Terra de Índio: imagens em aldeamentos do Império. São Paulo: Terceiro Nome, 2014.
AMOROSO, Marta. Descontinuidades indigenistas e espaços vividos dos Guarani. Revista de Antropologia, [s.l.], v. 58, n. 1, p. 105-148, 12 ago. 2015.
BALDUS, Herbert. Actes du IVe congrès international des sciences anthropologiques et ethnologiques. Vienne, [s.l.], v. 1, n. 8, septembre, 1952.
CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. Três peças de circunstância sobre direito dos índios. In: CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. Cultura com aspas e outros ensaios. São Paulo: Cosac Naify, 2009a. p. 245-259.
CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. Por uma história indígena e do indigenismo. In: CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. Cultura com aspas e outros ensaios. São Paulo: Cosac Naify, 2009b. p. 125-133.
CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. Política indigenista no século XIX. In: CARNEIRO DA CUNHA, Manuela. História dos Índios no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras: Secretaria Municipal de Cultura: FAPESP, 1992. p. 133-154.
CARNEIRO DA CUNHA, Manuela; VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Vingança e Temporalidade: Os Tupinambá. In: CARNEIRO DA CUNHA, Manuela; VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Cultura com aspas e outros ensaios. São Paulo: Cosac Naify, 2009. p. 77-101.
CLASTRES, Pierre. A sociedade contra o Estado. In: CLASTRES, Pierre. A sociedade contra o Estado: pesquisas de antropologia política. São Paulo: Cosac Naify, 2003. p. 201-232.
CLASTRES, Pierre. Arqueologia da violência: a guerra nas sociedades primitivas. In: CLASTRES, Pierre. Arqueologia da violência: pesquisas de antropologia política. São Paulo, Cosac Naify, 2004. p. 215-255.
COELHO DE SOUZA, Marcela. Parentes de sangue: incesto, sustância e relação no pensamento timbira. Mana, Rio de Janeiro, v. 10, n. 1, 2004.
DUMONT, Louis. Introduction à deux théories d’anthropologie sociale. Paris: La Haye: Mouton, 1971.
FAUSTO. Carlos. Inimigos fiéis: história, guerra e xamanismo na Amazônia. São Paulo: Edusp, 2001.
FERNANDES, Ricardo Cid. Política e Parentesco entre os Kaingang: uma Análise Etnológica. 2003. 288p. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo – FFLCH/USP, São Paulo, 2003.
GOÉS, Paulo Roberto Homem de. Morfológicas: um estudo de padrões socioterritoriais entre os kaingang (dialeto Paraná) e os Mbyá (litoral Sul). 2018. 500p. Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2018.
GOLDMAN, Marcio. Como funciona a democracia: uma teoria etnográfica da política. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2006.
GOW, Peter. Of mixed Blood: Kinship and History in Peruvian Amazonia. Oxford: Clarendon Press, 1991.
GOW, Peter. O parentesco como consciência humana: o caso dos Piro. Mana, Rio de Janeiro, v. 3, n. 2, 1997.
GOW, Peter. Steps towards an ethnographic theory of acculturation. Gdańsk: Etnografia, Praktyki, Teorie, Doświadczenia, n. 1, 2015.
HENSEL, Reinhold. Die Coroados der brasilianischen Provinz Rio Grande do Sul. Zeitschrift für Ethnologie, [s.l.], v. 1, p.124-135, 1869.
HESSE, Roberta de Queiroz. Teorias indígenas da mistura: política, lados e composição da pessoa na Terra Indígena São Jerônimo (Paraná, Brasil). 2021. 248p. Dissertação (Mestrado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2022.
ISA – INSTITUTO SOCIAMBIENTAL. Terras Indígenas no Brasil. Instituto Socioambiental, 2022. Disponível em: https://terrasindigenas.org.br/pt-br/. Acesso em: 12 fev. 2022.
LADEIRA, Maria Inês Martins. Espaço geográfico Guarani-MBYA: significado, constituição e uso. 2001. 235p.Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001.
LATOUR, Bruno. Jamais fomos modernos: ensaio de antropologia simétrica. Rio de Janeiro: Editora 34, 1994.
LÉVI-STRAUSS, Claude. As estruturas elementares dos parentes co. Petrópolis: Editora Vozes, [1949] 2009.
LIMA, Edilene Coffaci; PACHECO, Rafael. Povos Indígenas e Justiça de Transição: reflexões a partir do caso Xetá. ARACÊ – Direitos Humanos em Revista, [s.l.], ano 4, n. 5, fevereiro, 2017.
LIMA, Tânia Stolze. O dois e seu múltiplo: reflexões sobre o perspectivismo em uma cosmologia tupi. Mana, Rio de Janeiro, v. 2, n. 2, p. 21-47, outubro, 1996.
MOTA, Lúcio T.; NOVAK, Éder. Desiguais e combinados: índios e brancos no vale do Rio Tibagi – PR na primeira metade do século XX. CAMPOS – Revista de Antropologia Social, [s.l.], v. 14, 2013.
MOTA, Lúcio Tadeu. As guerras dos índios Kaingang: a história épica dos índios Kaingang no Paraná (1769-1924). Maringá: Eduem, 2009.
NIMUENDAJÚ, Curt Unkel. Unveröffentlichte Angaben über die Kaingang, Opayé, Múra, Maué. 1911. Disponível em: http://www.wikidot.com/Unveröffentlichte Angaben über die Kaingang, Opayé, Múra, Maué (Nimuendaju 1926) - Biblioteca Digital Curt Nimuendajú. Acesso em: 15 fev. 2022.
OLIVEIRA, João Pacheco de. Uma etnologia dos índios misturados? Situação colonial, territorialização e fluxos culturais. Mana, Rio de Janeiro, v. 4, n. 1, 1998.
PACHECO, Rafael. Os Xetá e suas História: Memória, Estética, Luta desde o Exílio. 2018. 259p. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2018.
PEREIRA, Levi M. Imagens Kaiowá do Sistema Social e seu Entorno. 2004. 403p. Tese (Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo, 2004.
PERRONE-MOISÉS, Beatriz. Festa e Guerra. 2015. 126p. Livre-Docência (Tese) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 2015.
PISSOLATO, Elizabeth. A duração da pessoa: mobilidade, parentesco e xamanismo mbya (guarani). São Paulo: Editora da UNESP, 2007.
RAMOS, Luciana Maria de Moura. Vénh Jykré e Ke Ha Han Ke: Permanência e Mudança do Sistema Jurídico dos Kaingang no Tibagi. 2008. 255p. Tese (Doutorado) – Universidade de Brasília, Brasília, 2008.
SANTOS, Géssia Cristina dos. Com mais Briga as diferenças se mantêm: noções de pertencimento, mistura e pureza étnica entre Kaingang, Guarani e Xetá no contexto da Ti São Jerônimo (PR). 2017. 255p. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2017.
SCHADEN, Egon. Aspectos Fundamentais da cultura Guarani. São Paulo, EPU/Edusp, 1974.
SCHADEN, Egon. A religião Guarani e o Cristianismo. Contribuição ao estudo de um processo histórico de comunicação intercultural. Revista de Antropologia, [s.l.], v. 25, 1982.
SILVA, Carmen Lúcia da. Em Busca da Sociedade Perdida: o trabalho da memória Xetá. 2003. 318p.Tese (Doutorado) – Universidade de Brasília, Brasília, 2003.
SPENASSATO, Josiéli Andréa. Os lados da mistura: desafios da coabitação e dos intercasamentos na Terra Indígena São Jerônimo (PR/Brasil). 2016. 203p. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2016.
TESCHAUER, Carlos. Die Caingang oder Coroados-Indianer im brasilianischen Staate Rio Grande do Sul. Anthropos Band/TOM. IX, Heft/Fasc. 1-2, p.16-35. Ill. St. Gabriel- Mödling bei Wien, 1914.
TOMMASINO, Kimmiye; BARROS, Valéria Esteves Nascimento. Os Guarani na bacia do Paranapanema – Parentesco, Casamento e Redes de Sociabilidade Étnica: Relatório Complementar e Preliminar Especialmente Elaborado para o IBAMA/Comissão de Licenciamento da UHE São Jerônimo. Londrina: [s.n.], 2002.
TOMMASINO, Kimmiye. A Ecologia dos Kaingang na Bacia do Tibagi. In: MEDRI, Moacy E. A Bacia do Tibagi. Londrina: Medri, 2002. p. 81-100.
TOMMASINO, Kimmiye. A história dos Kaingáng da Bacia do Tibagi: uma sociedade jê meridional em movimento. 1995. 351p. Tese (Doutorado) – Universidade de São Paulo, São Paulo, 1995.
VEIGA, Juracilda. Cosmologia e Práticas Rituais Kaingang. 2000. 297p. Tese (Doutorado) – Universidade de Campinas, Campinas, 2000.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2022 Ilha Revista de Antropologia
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-CompartirIgual 4.0.
Os autores cedem à Ilha – Revista de Antropologia – ISSN 2175-8034 os direitos exclusivos de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Atribuição Não Comercial Compartilhar Igual (CC BY-NC-SA) 4.0 International. Esta licença permite que terceiros remixem, adaptem e criem a partir do trabalho publicado, desde que para fins não comerciais, atribuindo o devido crédito de autoria e publicação inicial neste periódico desde que adotem a mesma licença, compartilhar igual. Os autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicada neste periódico (ex.: publicar em repositório institucional, em site pessoal, publicar uma tradução, ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico, desde que para fins não comerciais e compartilhar igual.