Apresentação

Autores

  • Alicia Norma González Castells Universidade Federal de Santa Catarina

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8034.2012v14n1-2p9

Resumo

A produção intelectual aqui reunida abriga reflexões oriundas de quatro desses pesquisadores que passaram pelo departamento de antropologia: Regina Abreu, Vincenzo Padiglione, Agustí Andreu Tomàs e Jeana Laura da Cunha Santos. O intuito é que o leitor, próximo ao campo patrimonial, transite na procura de chaves interpretativas desse campo. Uma delas é constituída pelo vínculo estabelecido entre cidade e patrimônio. Nele destacam-se questões geminais como é o duplo movimento da ação patrimonial: a da preservação e do apagamento do objeto e da importância das narrativas e percursos urbanos na recuperação dessas “ruínas” apagadas do movimento patrimonial. A outra chave é constituída pelo vínculo estabelecido entre patrimônio e museus. Nele se valoriza a perspectiva etnográfica, a (re) contextualização do objeto etnológico, a renovação museografica e a museologia colaborativa. Desse modo, o artigo, que se baseia em análises do filósofo alemão Walter Benjamin, chama a atenção para o fato de que como ruínas, os bens tombados ocultam também diversas ocupações e usos sociais. Tomando a metáfora do "flaneur" e na proposta de recuperação da noção de experiência com base num novo colecionismo, a autora propõe uma metodologia de pesquisa (a etnografia dos percursos) para estudar os museus do estado do Rio de Janeiro como ruínas.Tomando também como base as análises benjaminianas sobre a cidade e seus tipos (como o flâneur), a jornalista, professora e doutora em Teoria Literária Jeana Laura da Cunha Santos, em seu artigo “Da casa da palavra ao olho da rua: a crônica como uma narrativa urbana”, propõe-se a fazer uma reflexão sobre a transposição do espaço privado para o público. Tal passagem é mediada pelo olhar “encantado” dos primeiros jornalistas/flâneurs que escreveram suas crônicas sobre tipos, fatos, modas, costumes, espaços urbanos no Rio de Janeiro da virada do século XIX para o XX, cidade essa que abarca parte importante do imaginário nacional brasileiro e que inauguraria um ethos presente até os dias atuais. Nesta travessia entre a casa e a rua, a escritura de passagem da crônica, essa narrativa urbana, viria a se tornar emblemática da experiência moderna de habitar o espaço da urbe, inaugurando assim a cidade como um lugar antropológico de produção de novos sentidos e comportamentos.

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Publicado

2012-12-29

Como Citar

CASTELLS, Alicia Norma González. Apresentação. Ilha Revista de Antropologia, Florianópolis, v. 14, n. 1,2, p. 009–015, 2012. DOI: 10.5007/2175-8034.2012v14n1-2p9. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ilha/article/view/2175-8034.2012v14n1-2p9. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Dossiês