Limites e lugares: entre caminhos m?bêngôkre
DOI:
https://doi.org/10.5007/2175-8034.2019v21n1p170Resumo
Este trabalho reúne duas pesquisas feitas entre os M?bêngôkre, povo jê mais conhecido como Kayapó e habitante da bacia do Xingu. Realizadas em dois subgrupos distintos, no Pará (TI Kayapó) e no Mato Grosso (TI Capoto/Jarina), as etnografias aqui trabalhadas voltam atenção para a territorialidade m?bêngôkre, explorando as andanças e a produção de redes de lugares-eventos nomeados, intimamente ligadas à organização sociopolítica desse povo. Os deslocamentos ainda são pouco explorados na literatura antropológica sobre os M?bêngôkre, apesar de constituírem tema praticamente onipresente nas narrativas dos anciãos. Partimos das enunciações toponímicas nesses relatos para observarmos a dinâmica da produção de lugares e sua relação com as separações históricas dos subgrupos m?bêngôkre; onde também estão em jogo práticas estatais, como a demarcação das terras e o estabelecimento de limites estaduais, que, embora contrastando com a territorialidade m?bêngôkre, acabam por fornecer um idioma para as relações políticas entre os diferentes subgrupos.
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