A poesia que a água sonha

Autores

  • Roberto Lima Faculdade de Ciencias Sociais-UFG

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8034.2020v22n1p41

Resumo

Resumo

O artigo busca como re(a)presentar alguns sentidos do sertão pela via de uma serie de narrativas recolhidas em pesquisas de campo realizadas em diversas comunidades pelas beiras do rio São Francisco. O exercício metodológico se centra na pergunta elaborada por Viveiros de Castro (2002), como levar a serio o que nos dizem nossos interlocutores? Para isso, parece-me importante, para começar, tratar esses textos ribeirinhos como fragmentos de narrativas míticas em busca de uma lógica e procurar apreender a função mítica dessas, em suas maneiras de representar um mundo com conflitos e resolver na narrativa esses conflitos.

 

Biografia do Autor

Roberto Lima, Faculdade de Ciencias Sociais-UFG

Professor da faculdade de Ciencias Sociais da UFG

Referências

ACYPRESTE, Izadora Pereira. Se movendo por território: os caminhos traçados pela comunidade de Sangradouro Grande para a garantia do território. 2015. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2015.

ARANTES, Antonio Augusto. Pais, padrinhos e o Espírito Santo: um reestudo do compadrio. In: ARANTES, A. A. et al. Colcha de retalhos: estudos sobre a família no Brasil. 2. ed. Campinas: UNICAMP, 1993. p. 195-204.

ASHCROFT, Bill; GRIFFITHS, Gareth; TIFFIN, Hellen. Key concepts in post-colonial studies. London; New York: Routledge, 1998.

BARNET, Miguel. Biografía de un cimarrón. La Habana. Instituto de Etnología y Folklore, 1966.

BENJAMIN, Walter. On the Philosophy of History. In: BENJAMIN, Walter. Illuminations. Tradução de H. Zohn. New York: Schocken Books, 1968. p. 253-264.

BENJAMIN, Walter. Magia e técnica, arte e política. Tradução de Sergio Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1985.

BHABHA, Homi. O Local da Cultura. Belo Horizonte: UFMG, 1998.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. O Desencanto do Outro: Anuário Antropológico 91. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1993.

BRASIL, Vanessa. Margens e Veredas do São Francisco: as Vozes do Rio. 1999. Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1999.

CABALZAR, Aloisio. Peixe e Gente no Alto Rio Tiquié. Rio de Janeiro: ISA, 2005.

CLIFFORD, James. Dilemas de la Cultura: Antropología, literatura y arte en la perspectiva posmoderna. Barcelona: Gedisa, 1998.

CULLER, Jonathan. Sobre a Desconstrução. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1997.

EVANS-PRITCHARD, Edward E. Os Nuer. São Paulo: Perspectiva, 1978

FAVRET-SAADA, Jeanne. Ser afetado. Cadernos de Campo, [S.l.], v. 13, 2005.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. Petrópolis: Vozes, 1989.

GALVÃO, Eduardo. The religion of an Amazon community: a study in culture change. 1952. Tesis (Doctor of Philosophy) – Columbia University, Columbia, 1952.

GEERTZ, Clifford. A Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: Guanabara, 1989.

GODOI, Emília. O Trabalho da Memória. Campinas: UNICAMP, 1999.

GOLDMAN, Marcio. Histórias, devires e fetiches das religiões afrobrasileiras: ensaio de simetrização antropológica. Análise Social, [S.l.], v. XLIV, n. 190, p. 105-137, 2009.

GORDILLO, Gastón. Canales para un rio indómito. Frontera, Estado y utopías aborígenes en el noroeste de Formosa. In: GRIMSON, Alejandro. Fronteras, naciones e identidades. Buenos Aires: Ciccus, 2000. p. 232-255.

LEFORT, C. A troca e a luta dos homens. In: LEFORT, C. As Formas da História. São Paulo, Brasiliense, 1979. p. 21-35.

LÉVI-STRAUSS, Claude. A Gesta de Asdiwal. In: LÉVI-STRAUSS, Claude. Antropologia Estrutural dois. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1976. p. 152-206.

LÉVI-STRAUSS, Claude. A Eficácia Simbólica. In: LÉVI-STRAUSS, Claude. Antropologia Estrutural. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989. p. 215-236.

LÉVI-STRAUSS, Claude. História de Lince. Barcelona: Anagrama, 1992.

LÉVI-STRAUSS, Claude. El pensamiento salvaje. México: Fondo de Cultura Económica, 1977.

LIMA, Roberto. Um rio São Muitos. 2002. Tese (Doutorado) – PPGAS da Universidade de Brasília, Brasília, 2002.

LORENZ, Günther. Diálogo com Guimarães Rosa. In: ROSA, João Guimarães. Ficção completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. 2 v. p. 27-62.

MAUSS, Marcel. Sociologia e antropologia. São Paulo: EPU/Edusp, 1974. v. II.

MELLO NETO, João Cabral. Antologia poética. 5. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 1979.

NOGUEIRA, Erich Soares. A voz indígena em “Meu tio o iauaretê”, de Guimarães Rosa. Nau Literária, [S.l.], v. 9, n. 1, 2013.

O’DWYER, Eliane Cantarino. Os quilombos e as fronteiras da antropologia. Antropolítica, [S.l.], n. 19, p. 91-111, 2005.

PERRONE, Charles A. Notas para facilitar a leitura de “Meu tio o iauaretê”. Hispania, [S.l.], v. 91, n. 4, 2008.

QUIJANO, Aníbal. Don Quixote e os moinhos de vento na América Latina. Estudos Avançados, [S.l.], v. 19, n. 55, 2005.

ROSA, João Guimarães. Ficção completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994. 2 v.

ROSA, João Guimarães. Magma. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1977.

SÁ, Maria Auxiliadora Ferraz. Dos Velhos aos Novos Coronéis. Recife: PIMES, 1974.

SAHLINS, Marshall. Cosmologias do Capitalismo: o setor trans-pacífico do ‘sistema mundial’. In: XVI REUNIÃO BRASILEIRA DE ANTROPOLOGIA (ABA). Campinas, 1988. Anais [...], Campinas, IFCH, 1988.

SAID, Edward. Orientalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.

SAID, Edward. Representar al colonizado. In: STEPHAN, B. G. (org.). Cultura e tercer mundo. Caracas: Nueva Sociedad, 1996. p. 23-59.

SLENES, Robert W. A grande greve do crânio do Tucuxi: espíritos das águas centro-africanas e identidade escrava no início do século XIX no Rio de Janeiro. In: HEYWOOD, Linda M. (org.) Diáspora negra no Brasil. São Paulo: Contexto, 2008. p. 193-217.

STRATHERN, Marilyn. Entre uma melanesianista e uma feminista. Cadernos Pagu, [S.l.], v. 8/9, p. 7-49, 1997.

TAUSSIG, Michael. Mimesis and alterity. New York; London: Routledge, 1993a.

TAUSSIG, Michael. Xamanismo, colonialismo e o homem selvagem. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1993b.

THÉ, Ana Paula Glinfskoi. Conhecimento ecológico, regras de uso e manejo local dos recursos naturais na pesca do alto-médio São Francisco, MG. 2004. Tese (Doutorado) – Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2004.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. O nativo relativo. Mana, [S.l.], v. 8, n. 1, 2002.

VIVEIROS DE CASTRO, Eduardo. Xamanismo transversal: Lévi-Strauss e a cosmopolítica amazônica. In: QUEIROZ, Ruben Caixeta de; NOBRE, Renarde Freire. (org.). Lévi-Strauss: leituras brasileiras. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008. p. 79-124.

WOORTMANN, Klaas. Cosmologia e Geomancia: um estudo da cultura Yorùbá-Nágô. Anuário Antropológico 77, [S.l.], 1987.

Downloads

Publicado

2020-07-01

Como Citar

LIMA, Roberto. A poesia que a água sonha. Ilha Revista de Antropologia, Florianópolis, v. 22, n. 1, p. 041–074, 2020. DOI: 10.5007/2175-8034.2020v22n1p41. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ilha/article/view/2175-8034.2020v22n1p41. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos