Reagregando o biopsicossocial: a clínica da dor sob análise etnográfica

Autores

  • Mário Eugênio Saretta UFRGS (Doutor em Antropologia pela UFRGS)

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8034.2021.e72223

Resumo

A análise biomédica costuma destacar o aspecto biopsicossocial da dor crônica, caracterizado por abranger a doença como um todo sob um olhar multidisciplinar. No entanto, como a noção de conjunto social é mobilizada nessa síntese? Interessado em enactments da prática clínica da medicina especializada em dor crônica, analiso como tais práticas compõem (in)distinções que envolvem o biológico, o psicológico e o social. Influenciado pelos estudos antropológicos da ciência, do corpo e da saúde, priorizarei nesse artigo a descrição etnográfica de consultas e de discussões de casos clínicos em um hospital universitário para sugerir que fronteiras biossociais são instáveis e exigem coordenações ontológicas. Desse modo, indicarei que o corpo com dor crônica delimitado em uma consulta se mostra atravessado por políticas públicas, relações familiares, estratégias econômicas, materialidades e desejos diversos, por isso se torna resistente ao completo isolamento analítico dos fatores discriminatórios capazes de estabilizarem biologia, psicologia e relações sociais.

Biografia do Autor

Mário Eugênio Saretta, UFRGS (Doutor em Antropologia pela UFRGS)

Antropólogo, mestre e doutor em Antropologia Social pelo PPGAS/UFRGS.

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Publicado

2021-06-16

Como Citar

SARETTA, Mário Eugênio. Reagregando o biopsicossocial: a clínica da dor sob análise etnográfica. Ilha Revista de Antropologia, Florianópolis, v. 23, n. 2, p. 95–114, 2021. DOI: 10.5007/2175-8034.2021.e72223. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ilha/article/view/72223. Acesso em: 24 nov. 2024.

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Seção

Artigos