Sobre um nome, que virou sigla, que virou nome

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5007/2175-8034.2022.e83567

Palavras-chave:

MPB, Bossa Nova, Antropologia histórica, Tropicalismo, Clube da Esquina

Resumo

A sigla “MPB”, abreviando a expressa?o Mu?sica Popular Brasileira, passou a ser usada no contexto dos festivais da canc?a?o promovidos a partir de 1965 por TVs de Sa?o Paulo e Rio de Janeiro. Hoje, distanciada dessa cena, passou a ser, ela mesma, uma expressa?o auto?noma: “Emepe?be?”. Os festivais referidos tinham como pu?blico principal estudantes universita?rios que se avaliavam como poli?tica, moral, este?tica e musicalmente avanc?ados. Seu cena?rio era o regime militar de 1964 e a guerra fria. A sigla sempre foi seletiva, indicando ge?neros de canc?o?es – sambas, sambas-canc?o?es e baio?es, entre outros – e excluindo todos os outros. Seu cara?ter seletivo sempre provocou contestac?a?o por parte dos exclui?dos – especialmente de integrantes dos mundos do rock, choro, mu?sica instrumental e da chamada mu?sica brega –, sob a argumentac?a?o de que as caracteri?sticas pretensamente herdadas da Bossa Nova e tidas como marcas da MPB eram falsas e arrogantes, apontando antes para razo?es de mercado. Este texto e? uma breve antropologia dessa histo?ria.

Biografia do Autor

Rafael José de Menezes Bastos, UFSC

Bacharel em Música pela Universidade de Brasília (1968), mestrado em Antropologia Social pela Universidade de Brasília (1976) e doutorado em Ciência Social (Antropologia Social) pela Universidade de São Paulo (1990). Professor Titular do Departamento de Antropologia da Universidade Federal de Santa Catarina, aposentado, voluntário. Coordena o núcleo de estudos “Arte, Cultura e Sociedade na America Latina e Caribe” (MUSA). Foi professor e/ou pesquisador visitante em várias universidades europeias (Portugal, França) e americanas (Estados Unidos, Canadá). Publicou mais de cem artigos e capítulos de livros, dois livros autorais e uma coletânea. Atua como conselheiro editorial de várias publicações no Brasil e no estrangeiro. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Etnologia e Etnomusicologia Indígenas, atuando principalmente nos seguintes temas: música nas terras baixas da América do sul, Alto Xingu, música popular, Santa Catarina e música na América Latina e Caribe.

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Publicado

2022-09-19

Como Citar

MENEZES BASTOS, Rafael José de. Sobre um nome, que virou sigla, que virou nome. Ilha Revista de Antropologia, Florianópolis, v. 24, n. 3, 2022. DOI: 10.5007/2175-8034.2022.e83567. Disponível em: https://periodicos.ufsc.br/index.php/ilha/article/view/83567. Acesso em: 21 nov. 2024.

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Artigos