O pulsar do centro da terra: interpretação do apoio zapatista à candidatura presidencial
Resumo
Neste trabalho é realizada uma interpretação de um fato político ocorrido entre 2016 e 2017: o anúncio da candidatura de uma representante indígena, que pertence ao Congresso Nacional Indígena, e que tem o apoio dos povos zapatista e do próprio EZLN, para o pleito federal mexicano de 2018. Tal fato político é interpretado frente ao histórico de construção da autonomia pelos zapatistas mexicanos. Ao longo da década de 1990 e 2000, os zapatistas criaram autonomia territorial, bem como formas de organização local e regional (assembleias populares, caracóis, Juntas de buen gobierno etc). Assim, questiona-se: frente à centralidade da construção de autonomia nas práticas zapatistas, o que representa o apoio a participação na política institucional? Parte-se de autores que interpretam a contemporaneidade e principalmente as grandes transformações ocorridas no âmbito político, econômico e social da segunda metade do século XX em diante. Dessa forma, a interpretação de textos de Claus Offe servirá para a compreensão da crise do welfare state e do próprio Estado Nacional, frente ao processo de globalização e retomada do liberalismo econômico. Jürgen Habermas e Zygmunt Bauman foram as bases para a compreensão da crise política que é resultado de todo esse processo. Após essa qualificação teórica, analisa-se o contexto mexicano: a ascensão de governos neoliberais a partir da década de 1980 e o levante zapatista na década de 1990. Por fim, analisa-se o comunicado do CNI publicado no site Enlace Zapatista, no dia 14 de outubro de 2016, em que se propõe uma consulta popular sobre uma candidatura que represente o Congresso Nacional Indígena (CNI) e os zapatistas, bem como a escolha de Maria de Jesus Patricio, também denominada como Marichuy.
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