Precariedade e interdisciplinaridade no trabalho da Assistente Social na esfera pública

Autores

Resumo

Este artigo resulta de uma pesquisa com gestoras assistentes sociais nas esferas jurídicas, da assistência social e da saúde no Distrito Federal no contexto das políticas de proteção social. Objetivou-se analisar as percepções sociais dessas gestoras sobre a questão da precariedade e da interdisciplinaridade do trabalho de assistentes sociais em sua interação com psicólogos(as). A metodologia do estudo é qualitativa por meio de entrevistas semiestruturadas. Os resultados apontam para a precarização do trabalho social no contexto de neoliberalização, com consequências de sobrecarga e de estresse no cotidiano das profissionais. 

Biografia do Autor

Vicente de Paula Faleiros, Universidade de Brasília, Brasília, Distrito Federal

Doutorado em Sociologia pela Université de Montreal (UdeM). Professor emérito do Departamento de Serviço Social da Universidade de Brasília (UnB).

Helga Cristina Hedler, Universidade Católica de Brasília, Brasília Distrito Federal

Doutorado em Psicologia Social, do Trabalho e das Organizações pela Universidade de Brasília (UnB). Professora e pesquisadora do Mestrado em Governança, Tecnologia e Inovação da Universidade Católica de Brasília (UCB).

Adelina Almeida Moreira de Araújo, Universidade Católica de Brasília, Brasília, Distrito Federal

Mestrado em Serviço Social pela Universidade Federal da Paraíba (UFBP). Doutoranda em Psicologia na Universidade Católica de Brasília (UCB).

Referências

ALVES, G. Dimensões da precarização do trabalho: ensaios de sociologia do trabalho. Bauru: Canal 6, 2013.

ANDERY, M. A. P. A.; SÉRIO, T. M. de A. P. A prática, a história e a construção do conhecimento: Karl Marx (1818-1883). In: ANDERY, M. A. P. A. et al. Para compreender a ciência: uma perspectiva histórica. 16. ed. Rio de Janeiro: Garamond; São Paulo: EDUC, 2012. p. 393-419.

BARDIN, L. Análise de conteúdo. Lisboa: 70, 2008.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, [2018]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm. Acesso em: 29 abr. 2019.

BRASIL. Lei nº 13.429, de 31 de março de 2017. Altera dispositivos da Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974, que dispõe sobre o trabalho temporário nas empresas urbanas e dá outras providências; e dispõe sobre as relações de trabalho na empresa de prestação de serviços a terceiros. Brasília, DF: Presidência da República, [2017]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2017/lei/L13429.htm. Acesso em: 23 maio 2017.

BRISOLA, E. M. A.; SILVA, A. L. da. O trabalho do Assistente Social no SUAS. In: BRISOLA, E. M. A.; SILVA, A. L. da (org.). O trabalho do Assistente Social no SUAS: entre velhos dilemas e novos desafios. Taubaté: Cabral, 2014. p. 75-112.

DERRIDA, J. Força de lei: o fundamento místico da autoridade. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2007.

EIDELWEIN, K. Psicologia social e Serviço Social: uma relação interdisciplinar na direção da produção de conhecimento. Textos & Contextos, Porto Alegre, v. 6, n. 2, p. 298-313, jul./dez. 2007.

FALEIROS, V. P. A política social do estado capitalista. 11. ed. São Paulo: Cortez, 2008.

FALEIROS, V. P. Globalização, correlação de forças e Serviço Social. São Paulo: Cortez, 2015.

FÁVERO, E. T.; MELÃO, M. J. R.; JORGE, M. R. T. (org.). O Serviço Social e a psicologia no judiciário: construindo saberes, conquistando direitos. São Paulo: Cortez, 2005.

FAYOL, H. Administração industrial e geral. 10. ed. São Paulo: Atlas, 1990.

KARSZ, S. Pourquoi le travail social ? Définition, figures, clinique. Paris: Dunod, 2004.

LIMA, R. C. C. As políticas de saúde e de drogas em Portugal e no Brasil em período de austeridade econômica. In: MARTINS, A. et al. (org.) Serviço Social Portugal – Brasil: formação e exercício em tempo de crise. Campinas: Papel Social, 2016. p. 183-196.

LOJKINE, J. A revolução informacional. São Paulo: Cortez, 1995.

LOURENÇO, E. A. S. Terceirização: a derruição de direitos e a destruição da saúde dos trabalhadores. Serviço Social & Sociedade, São Paulo, n. 123, p. 447-475, jul./set. 2015.

MARX, K. Grundrisse. São Paulo: Boitempo; Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2011.

MINAYO, M. C. S. Disciplinaridade, interdisciplinaridade e complexidade. Emancipação, Ponta Grossa, v. 10, n. 2, p. 435-442, jul./dez. 2010. Disponível em: http://www.revistas2.uepg.br/index.php/emancipacao/article/view/1937. Acesso em: 20 jan. 2016.

PAULA, R. F. S. A conjuntura de desafios para a gestão do trabalho no SUAS: entre a emancipação e a barbárie. In: BRISOLA, E. M. A.; SILVA, A. L. da (org.). O trabalho do Assistente Social no SUAS: entre velhos dilemas e novos desafios. Taubaté: Cabral, 2014. p. 45-74.

PINHEIRO, M. E. Serviço Social: infância e juventude desvalidas: aplicações, formas, técnica, legislação. 2. ed. São Paulo: Cortez; Rio de Janeiro: Centro de Produção da UERJ, 1985.

RAICHELIS, R. Proteção social e trabalho do Assistente Social: tendências e disputas na conjuntura de crise mundial. Serviço Social & Sociedade, São Paulo, n. 116, p. 609-635, out./dez. 2013.

SENRA, C. M. G.; GUZZO, R. S. L. Assistência social e psicologia: sobre as tensões e conflitos do psicólogo no cotidiano do serviço público. Psicologia & Sociedade, Belo Horizonte, v. 24, n. 2, 293-299, maio/ago. 2012.

SPINK, M. J. P. Psicologia social e saúde: práticas, saberes e sentidos. Petrópolis: Vozes, 2003.

TAYLOR, F. W. Princípios de administração científica. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1990.

TRÓCCOLI, B. T. Cognição social. In: TORRES, C. T.; NEIVA, E. R. Psicologia social: temas e vertentes. Porto Alegre: Artmed, 2011. p. 79-99.

VICENTE, D. Desgaste mental de Assistentes Sociais: um estudo na área da habitação. Serviço Social & Sociedade, São Paulo, n. 123, p. 562-581, jul./set. 2015.

Downloads

Publicado

2019-08-22